Educação em contraste: Brasil e Pernambuco
Por Paulo Dutra*
Informações divulgadas em uma mesma data (3 de novembro), revelam um grande contraste no cenário educacional: por um lado, a estagnação da educação brasileira e, por outro lado, os avanços da educação em Pernambuco. Número que representam bem o período confuso e apático por que passa o Ministério da Educação e o senso de prioridade do Governo do Estado em relação às políticas públicas educacionais.
De acordo com a avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), há dez anos nosso País figura entre os piores níveis de aprendizado. Entre os 78 países avaliados, o Brasil é o 57º no quesito leitura, o 70º em matemática, e 64º em ciências. Nas três áreas, 43% dos participantes brasileiros do levantamento não aprenderam o mínimo necessário, quando a média mundial neste quesito é de 13%.
Fica difícil pensar em reverter esse quadro a curto prazo quando temos um governo federal que designa para o MEC um ministro que demonstra pouco conhecimento na pasta; que parece não se importar com a valorização dos nossos professores ao, por exemplo, liberar a possibilidade de trabalho aos domingos; ou ainda que não mede as consequências de uma possível extinção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Além da falta de clareza sobre a eficácia e sustentabilidade das políticas públicas de educação em todos os níveis.
Em Pernambuco, mesmo sabendo que ainda precisamos avançar muito, enxergamos um cenário completamente diferente com anúncio das 25 novas escolas de educação integral que, em 2020, se somarão às 412 já existentes. O número de unidades beneficiará cerca de 200 mil estudantes e garantirá que 62% das vagas sejam ofertadas nesta modalidade, número que faz com que continuemos superando a meta de 50% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação para o ano de 2024.
Trata-se da maior e mais bem-sucedida rede de educação integral e profissional do Brasil, que serve como espelho para outros estados brasileiros e outros países da América Latina. Fruto de um planejamento visionário do ex-governador Eduardo Campos e de um compromisso mantido pelo governador Paulo Câmara. Uma política pública que vem ao longo dos anos transformando vidas e gerando oportunidades de desenvolvimento social e econômico para os nossos jovens e para as comunidades onde estão inseridos.
E parte da construção da Política Pública de Educação Integral e Profissional de Pernambuco está no livro "Além do Olhar: Práticas, Relatos e Pesquisas sobre as Políticas Públicas de Educação Integral e Profissional em Pernambuco, coletânea de artigos de servidores da Secretaria Estadual de Educação e Esportes de Pernambuco que atuam ou atuaram diretamente na gestão da Educação Integral e Profissional. A obra será lançada nesta terça-feira (10), às 17h, na biblioteca da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
* Deputado estadual pelo PSB-PE, doutorando em Educação pela UFPE, ex-secretário executivo de Educação e um dos autores do livro "Além do Olhar
Fonte: PSB Nacional
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