Instituto Pensar - ?Indústria brasileira precisa retomar protagonismo?, diz Alckmin ao assumir MDIC

?Indústria brasileira precisa retomar protagonismo?, diz Alckmin ao assumir MDIC

por: Igor Tarcízio 


Em discurso, Alckmin falou sobre a importância do desenvolvimento sustentável e reforçou sua lealdade à Lula (Imagem: Reprodução)

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumiu, nesta quarta-feira (4), o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) ? pasta recriada a partir do desmembramento do Ministério da Economia. A cerimônia de posse contou com a participação do presidente Lula (PT), do presidente do PSB, Carlos Siqueira, além de outros ministros do novo governo, integrantes de cortes superiores, políticos, embaixadores e empresários.

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Em sua fala, Alckmin disse que a retomada do protagonismo do setor industrial é fundamental para a retomada sustentada do crescimento econômico do país. "A indústria brasileira precisa urgentemente retomar seu protagonismo, expandindo sua participação no PIB?, afirmou.

O vice-presidente, e agora também ministro, exaltou as duas palavras presentes no slogan do governo ? União e Reconstrução ?, como passos fundamentais neste processo.

"União, porque o esforço de reindustrializar o Brasil e de aperfeiçoar ainda mais nossa agroindústria e todo o parque industrial, agregando-lhes mais valor, e de incluir os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros em nossa economia, não são tarefas episódicas, mas uma obra de todo o governo, comprometido com um futuro melhor e mais justo?, declarou.

"E de reconstrução, porque, depois de quatro anos de descaso, de má gestão pública e de desalinho com os reais problemas brasileiros, o presidente Lula, com acerto, determinou a recriação do MDIC como uma medida fundamental para o Brasil retomar o caminho de seu desenvolvimento?, continuou. Alckmin também desferiu duras críticas ao legado deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em outubro de 2022.

Alckmin: "A indústria é essencial?

Durante sua fala, o vice-presidente chamou atenção para os efeitos gerados pela indústria para outros setores, para a geração de empregos e a economia como um todo.

"A indústria é essencial. São essenciais os empregos que gera, os tributos que recolhe e a riqueza que distribui. Para cada real produzido pelo setor industrial, a economia ganha algo em torno de R$ 2,43. O impacto positivo é percebido por todos os setores da economia?, disse.

"É urgente a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil, que reclama uma clara política de competitividade industrial contemporânea?, destacou.

"O Brasil não pode prescindir da indústria se tiver ambições de alavancar o crescimento econômico e se desenvolver socialmente. Ou o país retoma a agenda do desenvolvimento industrial ou não recuperará o caminho de crescimento sustentável, gerador de emprego e distribuidor de renda?, enfatizou.

No discurso, Alckmin comparou o desempenho da indústria brasileira ao longo dos últimos 40 anos com a de outras economias, e tachou a perda de espaço do setor nacionalmente de "precoce? e "grave?.

O novo ministro, no entanto, acredita que o Brasil pode liderar o processo de descarbonização da economia global e abrir caminhos para a retomada do protagonismo de sua indústria.

"O Brasil pode ser e será o grande protagonista no processo de descarbonização da economia global. E mantendo investimentos em inovação e pesquisas, em modernas tecnologias, poderá integrar as cadeias globais de valor?, disse.

Alckmin prometeu trabalhar em sintonia com os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Luciana Santos (Ciência Tecnologia e Inovação) e Marina Silva (Meio Ambiente) ? esta última assume a pasta na tarde desta quarta-feira. E anunciou que sua pasta terá uma Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria.

"A política industrial brasileira precisa estar em sintonia com as necessidades da sociedade mundial. A sociobiodiversidade será o ponto de partida da nova política industrial?, declarou.

"Desafios relacionados às cadeias de fornecimento, as exigências regulatórias e a preservação do meio ambiente se proliferam e impactam os fluxos internacionais de comércio. O Brasil de agora dará exemplos positivos. O Brasil enfrentará esses riscos de maneira construtiva e propositiva?, prosseguiu.

Integração do MDIC com comércio exterior

O novo ministro prometeu, ainda, uma maior integração do comércio exterior brasileiro ao mundo. E disse que mudanças no cenário internacional, como disputas geopolíticas e mudanças nas cadeias globais de valor, podem representar oportunidade para o Brasil atrair investimentos produtivos e aumentar suas exportações industriais.

Alckmin também destacou a importância do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a economia brasileira e disse que "fundamental? fortalecê-lo.

"O banco é historicamente vital para a implementação de políticas estruturadas de desenvolvimento da economia brasileira. É fundamental fortalecer o papel do BNDES como alavanca do desenvolvimento econômico e social, como dinamizador da competitividade da indústria e das exportações ? especialmente de maior valor agregado. O MDIC será seu primeiro apoiador?, frisou.

Ainda sobre o papel do Estado na economia, Alckmin disse que "o setor produtivo tem sido duramente penalizado pela ausência de uma política estatal hábil e eficiente?. Também destacou que é fundamental investir em tecnologia e em qualificação da mão de obra.

Segundo ele, a retomada do protagonismo da indústria também passa por um esforço do poder público em reduzir o chamado "custo Brasil? e promover uma melhora do ambiente de negócios no país. Nesse contexto, o vice-presidente disse que uma reforma tributária é "fundamental?.



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