Chico Alencar é alvo de ameaças após anunciar relatório contra Gabriel Monteiro

O vereador Chico Alencar (PSOL-RJ), do Rio de Janeiro, vem recebendo ataques e ameaças nas redes sociais de apoiadores do também vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ). Bolsonarista, Monteiro responde a processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara do Rio e Alencar é o relator. 

Os ataques contra o vereador do PSOL se intensificaram a partir da última sexta-feira (29), quando ele anunciou através das redes sociais que o relatório contra Monteiro a ser apresentado na próxima terça-feira (2) no Conselho de Ética está pronto.  O processo poderá ter como consequência a cassação do mandato.

O bolsonarista é acusado de estupro, assédio sexual e vídeos forjados para a internet. No começo de julho, a Justiça do Rio acatou denúncia do Ministério Público (MP) e tornou Monteiro réu por importunação e assédio sexual.

Entre os ataques a Chico Alencar, estão comentários como "sua raça tem que ser excluída da política brasileira? e ofensas pessoais. "Quem só tem como ?argumento? o xingamento não merece resposta, só o lamento. Quem só faz ataque pessoal opera no plano irracional. Recomendo debater o processo ético-disciplinar (ou, fora dele, as investigações criminais e os processos judiciais)?, escreveu, por sua vez, o vereador do PSOL. 

Através das redes sociais, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) prestou solidariedade ao colega de partido. "Minha total solidariedade ao valoroso Chico Alencar, que vem sofrendo pesadas ameaças após apresentar relatório contra Gabriel Monteiro na Comissão de Ética no Rio. As milícias se valem da violência para proteger abusadores da pior espécie, mas não nos intimidarão. Força, Chico!?, disse Valente. 

Candidato a deputado 

O PL, partido do presidente Bolsonaro, aposta no vereador Gabriel Monteiro, que responde por processo de cassação na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, como o puxador de votos para a Câmara dos Deputados. A legenda espera obter até 200 mil votos com a candidatura de Monteiro.

À CNN Brasil, integrantes do PL declaram que Gabriel Monteiro será um dos grandes puxadores de votos do partido nas eleições deste ano. 

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Porém, Gabriel Monteiro responde a processo ético-disciplinar por quebra de decoro parlamentar após denúncias que o envolvem em acusações de estupro, assédio sexual e moral, e vídeos forjados para as redes sociais. Monteiro nega todas as acusações. 

Caso a candidatura de Gabriel Monteiro seja registrada antes de sua eventual cassação pela Câmara Municipal do Rio, ele poderá concorrer ao cargo de deputado federal. 

O caso Gabriel Monteiro 

Tudo começou com uma reportagem do programa dominical Fantástico (Globo), quando cinco ex-funcionários denunciaram o vereador bolsonarista Gabriel Monteiro de assédio moral e sexual. 

Um funcionário, que também não se identificou, contou que era obrigado a cumprir expediente na casa de Gabriel, onde presenciou cenas constrangedoras: "A gente ficava ali na frente e várias vezes ele foi na parte da frente da varanda da casa, e em outros cômodos a gente já viu também, com o órgão sexual para fora. E se vangloriando do tamanho do pênis. E mesmo se masturbando na frente de toda a equipe.?

A partir das primeiras denúncias, a vida de Gabriel Monteiro passou por uma devassada policial e, o que já era muito grave, se revelou ainda pior. 

Logo após as denúncias de assédio moral e sexual, surgiram vídeos onde Gabriel Monteiro

mantém relações sexuais com menores de idade. O material foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). Além de serem menores de idade, três mulheres declararam que não queriam ser gravadas. 

Com a divulgação do vídeo onde mantém relações com menores, Gabriel Monteiro declarou à Polícia Civil que não sabia que a menina tinha 15 anos. 

Por Ivan Longo