Presidente da Caixa é acusado de assédio sexual
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está sendo acusado de assédio sexual por várias funcionárias do banco público. Após se unirem e denunciarem a suposta conduta do chefe máximo da instituição às autoridades, no final do ano passado, o caso está agora nas mãos do Ministério Público Federal (MPF), que o investiga sob sigilo. As informações foram reportadas com exclusividade pelo jornalista Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles.
Bolsonarista convicto a reverberar as groselhas ideológicas de seu ídolo, o que o fez ganhar proximidade com o núcleo central do poder em Brasília, o carioca Pedro Guimarães era um economista com longa carreira em instituições financeiras privadas, até o convite de Jair Bolsonaro, logo após sua eleição, para assumir o gigante estatal de 161 anos, fundado ainda no Império. De lá para cá, Guimarães está cada vez mais presente nas cerimônias, compromissos e transmissões ao vivo pela internet do presidente, que utilizou sua figura especialmente no período da pandemia, por conta dos auxílios pagos pela Caixa aos brasileiros.
Vídeos em que Guimarães age como um coach e fala de forma humilhante com servidores do banco público, fazendo alguns inclusive darem cambalhotas e praticarem flexões de braço, durante dinâmicas de grupo patéticas, já tinham gerado acusações contra o presidente da Caixa. Só que os casos de assédio de agora são muito mais graves e acertam em cheio uma das figuras mais próximas e de maior confiança do presidente da República.
Os casos de assédio teriam ocorrido em situações em que funcionárias viajavam com Pedro Guimarães por determinação dele. As depoentes dizem que chamar mulheres que despertavam interesse no presidente da Caixa para ir a vários lugares do Brasil, supostamente a trabalho, era uma conduta cotidiana na agenda do bolsonarista.
Bolsonaro se irrita com Pedro Guimarães
As denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães caíram como uma bomba em meio à crise instalada no Planalto. Irritado, Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com Guimarães, com membros da área de comunicação do governo e com o filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha, na noite desta terça-feira (28). A demissão é tida como certa e deve acontecer nas próximas horas.
No encontro com Guimarães, Bolsonaro teria dito que as denúncias de assédio são "inadmissíveis?, segundo interlocutores. Acuado, Guimarães prometeu "se defender na Justiça?.
Bolsonaro, no entanto, teria determinado a ministros próximos que comunicassem aliados do Centrão que a situação de Guimarães é "insustentável? e que ele deve deixar a Presidência da Caixa.
No núcleo duro da campanha, que tem Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do PL, as denúncias são vistas como um "desastre?.
As denúncias de assédio, juntamente com os depoimentos estarrecedores da servidoras, são vistos como mais um fator que deve aumentar a rejeição de Bolsonaro no eleitorado feminino.
Ainda na noite de terça-feira, a Caixa emitiu um comunicado cancelando um evento do banco. "A Caixa informa que o pronunciamento e a coletiva de imprensa sobre a estratégia do Ano Safra 2022/23, previstos para acontecer nesta quarta-feira (29/06), na Caixa Cultural Brasília, foram cancelados?, diz a nota.
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