PSB discute situação da Petrobras com federações de trabalhadores
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o líder da bancada do PSB na Câmara, Bira do Pindaré, estiveram reunidos nesta quarta-feira (8) com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), na sede nacional do partido, em Brasília.
Durante o encontro, do qual participaram outros deputados do PSB, foram analisadas a atual política de preços dos combustíveis da Petrobras, as consequências do processo de desestatização da empresa ao longo dos últimos anos, e a proposta de privatização da petroleira pelo governo Bolsonaro, que recentemente recomendou sua inclusão no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Na reunião, Siqueira defendeu que a Petrobras e as demais empresas estratégicas como estatais sejam tratadas no programa de governo da chapa Vamos juntos pelo Brasil, encabeçada pelo ex-presidente Lula e que tem como candidato a vice-presidente, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Ele lembrou que o partido participou dos debates para a criação da empresa e liderou a campanha O Petróleo é Nosso.
O presidente do PSB propôs também a realização de um seminário, pela Fundação João Mangabeira (FJM), para debater o tema "com maior profundidade?. "A direção nacional do nosso partido está inteiramente sintonizada com essa luta dos petroleiros do nosso país, que não é uma luta corporativa, e sim uma luta em defesa do Brasil, da sua empresa estratégica mais importante da Petrobras?, afirmou.
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"Temos clareza sobre a nossa posição acerca dessa temática. Nós acabamos de fazer uma autorreforma com um congresso exitoso, e o PSB reafirma na sua plataforma a defesa das empresas estratégicas para o desenvolvimento do país, e a Petrobras é uma delas. Nós temos um compromisso histórico com a defesa da estatal por entender que ela é indispensável para qualquer projeto de desenvolvimento do nosso país e para a nossa soberania?, destacou o líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré.
Os petroleiros criticaram a política de preços adotada em 2016 no governo Temer, que tem como principais parâmetros a variação do câmbio, o preço do barril de petróleo e o frete dos derivados, responsáveis diretos pela alta volatilidade dos preços dos derivados e pelos consequentes aumentos dos combustíveis nas bombas dos postos de gasolina.
Segundo os sindicalistas, a Petrobras deixou de funcionar como um instrumento da política energética do país, que deveria garantir a segurança energética e de abastecimento, o crescimento econômico e o acesso energético aos mais vulneráveis, para se tornar uma empresas "estritamente preocupada com a sua acumulação de capital?.
"O papel da Petrobras não é meramente o de distribuir dividendos. Com o PPI (Preço de Paridade de Importação), o país está transferindo da população pobre o gás de cozinha, e o diesel, que vai encarecer todos os insumos da economia nacional, para os acionistas estrangeiros e brasileiros?, criticou Adaedson Costa, da FNP.
A dependência brasileira da importação de fertilizantes, que teve seus preços exponencialmente elevados com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, é apenas um capítulo do que a privatização da Petrobras pode acarretar na alta dos preços de insumos no país. O governo brasileiro fechou três fábricas de fertilizantes da estatal entre 2016 e 2020. Duas delas encerraram suas atividades quando Michel Temer era presidente. A outra foi desativada mais recentemente, já na gestão de Jair Bolsonaro.
"Esse retrocesso acaba que desdobra na importação e que se evidenciou na guerra da Ucrânia e da Rússia. Tivemos que fazer a importação de fertilizantes a preços exorbitantes, ficando refém do mercado internacional. Todo mundo aqui recebe em real, mas os produtos são amarrados ao dólar. Ou seja, não condiz com a realidade?, afirmou o representante da FUP, Luiz Antônio Lourenzon. "As fábricas de fertilizantes poderiam ter ajudado no abastecimento de oxigênio na pandemia?, complementou Costa.
A FUP defende um novo parâmetro de definição dos preços do petróleo, que permitiria compatibilizar o aumento dos investimentos da estatal e a redução dos preços dos combustíveis. Segundo essa proposta, o parâmetro seria baseado nos custos de produção do petróleo produzido pela própria Petrobras, já que a atual gestão de preços inclui valores de importação.
"O PPI inclui composição, preços e custos que não existem. Inclui custos de importação, sendo que o Brasil não importa petróleo. Nós somos autossuficientes em petróleo, não somos auto-suficientes ainda no refino. Mas, em grande parte, nós já podemos abastecer os quatro cantos desse país?, disse Costa.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional
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