Política de Bolsonaro causa prejuízos ao agro brasileiro e vai aumentar preços de produtos
A política econômica de Jair Bolsonaro (PL) tem causado uma série de prejuízos tanto para produz como para quem consome. Com a constante alta de preços e incentivos do governo que em nada contribuem para baixar os preços dos insumos e, consequentemente, do que é pago pelo consumidor, este ano o Brasil terá a safra de grãos mais cara da história.
Fertilizantes, defensivos agrícolas e óleo diesel devem fazer com que o plantio de soja encareça 45% e, o de milho, quase 50%.
A guerra na Ucrânia tem puxado os preços para cima porque a Rússia é um dos principais exportadores de adubos para o Brasil. No cenário internacional, também entram nessa conta a crise energética e logística da China, onde estão as fábricas de defensivos, além da forte alta do diesel.
O Brasil produz apenas 15% do fertilizante necessário para atender a demanda nacional.
Por conta disso, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirma que o gasto médio no País para produzir um hectare este ano deve crescer 45% para a soja e aumentar quase 50% para o milho em relação ao anterior.
"Pode ser que o custo seja ainda maior?, afirmou Maciel Silva, coordenador de Produção Agrícola da CNA ao Estadão.
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Sinal amarelo
O diretor executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), Ricardo Tortorella, afirmou ao jornal que também houve alta no frete marítimo e a demanda mundial por adubo cresceu.
Dados da Anda mostram que houve redução de 11% no volume de fertilizantes usados em todas no primeiro bimestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2021.
"O mundo mudou, não é como antes, tem um sinal amarelo ligado?, afirma Tortorella ao Estadão.
Corte de imposto não resolve
Por outro lado, o governo Bolsonaro decidiu reduzir o percentual de impostos que incidem no arroz, no feijão e na carne, que somado a outros cortes, chegam a cerca de 20% para baratear a importação desses produtos.
Só que a medida não vai surtir efeito porque o Brasil é autossuficiente na produção dos seus produtos. No caso da carne, além de abastecer o mercado nacional, O Brasil também é um grande exportador.
"Realmente não dá para entender a redução de tarifa. Parece algo mais político do que algo que tem algum impacto econômico efetivo?, afirmou ao g1 Lucilio Alves, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).
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