Instituto Pensar - Bolsonaro e a boa vida de um presidente incompetente

Bolsonaro e a boa vida de um presidente incompetente

Jair Bolsonaro e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, neste sábado (18) ? Foto: Reprodução/Instagram

O Brasil voltou ao mapa da fome mundial. A inflação corrói o salário dos que ainda têm emprego e a perspectiva é de agravamento da situação com a escalada dos preços. Enquanto isso, Jair Bolsonaro (PL) segue em uma rotina de passeios, dias úteis enforcados e viagens. Algo totalmente discrepante não apenas vida da população, mas da rotina de qualquer outro presidente que o Brasil já teve.

A impressão de que Bolsonaro não trabalha foi confirmada por um levantamento realizado pela Folha. São três anos e meio de um mandato regado a folga e farra com dinheiro público.

O atual ocupante o Palácio do Planalto deixou Brasília 15 vezes para curtir folgas e feriadões nos litorais paulista, catarinense e baiano.

Foram 11 vezes para o Forte dos Andradas, em Guarujá (SP), em outras três ocasiões, usou o Forte Marechal Luz (SC). Em 2019, na primeira folga oficial como presidente, foi para a base naval de Aratu (BA). Motociatas, já foram mais de 30, 19 só neste ano.

Nos primeiros anos de governo, o ex-presidente Lula (PT) tirou apenas três folgas e em um momento em que o país vivia outra realidade política e econômica.

Muito mais que motociata

Mas não é só com motociatas e viagens ao litoral que Bolsonaro se diverte. São jogos de futebol, passeios de jet-ski, cavalgadas, lanchaciata e até jequiatas ? em dias úteis e no horário de expediente.

Em maio de 2020, por exemplo, o país completava a triste e sombria marca de 10 mil mortos por covid-19. A providência de Bolsonaro, neste dia, foi passear de jet-ski no Lago Paranoá, em Brasília, e seguir desdenhando da doença que matou mais de 666 mil pessoas no país.

Nem mesmo o desempenho cada vez pior nas pesquisas eleitorais fez com que ele mudasse de atitude. Pesquisa FSB/BTG confirma a disparada de Lula, com 46% de intenção de voto, e a estagnação de Bolsonaro, com 32%. A última pesquisa DataFolha mostrou que 48% da população reprovam a sua gestão.

Leia também: Lula vence no primeiro turno em pesquisa BTG, banco de Paulo Guedes

Mas, na última sexta-feira (27), por exemplo, Bolsonaro foi para Goiânia participar de um encontro evangélico e de uma motociata em evidente ato eleitoral. Na cidade, breves encontros com políticos e simpatizantes.

De volta à Brasília, na tarde do mesmo dia, a única coisa que fez foi sua live semanal usada de maneira recorrente para disseminar fake news e fazer ameaças, especialmente, contra a democracia. A transmissão foi feita do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência. Em sua agenda de trabalho, nada.

Férias interrompidas por um camarão

No início do ano, quando a Bahia sofria com as fortes chuvas que castigaram a região, Bolsonaro se negou a interromper suas férias em Santa Catarina.

Enquanto pessoas morriam e perdiam tudo o que tinham, Bolsonaro foi passear no parque Beto Carreiro World, assistir shows de derrapagens e andar de jet-ski, entre outros divertimentos.

No Carnaval, quando questionado sobre os R$ 900 mil gastos no litoral catarinense, deu mais um de seus chiliques.

"Se achar que eu não devo sair mais de folga, se eu virar candidato à reeleição, que não vote em mim, aí eu não vou estar mais aqui no hotel.?

Essas férias, no final das contas, foram interrompidas porque Bolsonaro teve que ser internado por não ter mastigado direito um camarão.

Ao sair do hospital, reclamou das críticas que recebeu por curtir enquanto a população. Disse que era "maldoso? dizer que ele estava de férias no momento em que ele estava, justamente, de férias.




0 Comentário:


Nome: Em:
Mensagem: