PSB vota contra MP que autoriza contratação sem carteira assinada
por: Lillian Bento
Deputados do PSB na Câmara criticaram a aprovação da medida provisória que prevê a contratação sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas. Trata-se do Programa de Serviço Civil Voluntário nos municípios (MP 1099/22).
Editada no fim de janeiro pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), a MP prevê a oferta de trabalho temporário e cursos de qualificação em prefeituras, sem carteira assinada e direitos trabalhistas, para jovens de 18 a 29 anos e pessoas com 50 anos ou mais.
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Segundo a proposta, as prefeituras estão autorizadas a contratarem, sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas, jovens de 18 a 29 anos e pessoas com 50 anos ou mais, sem emprego formal há mais de dois anos.
Os "voluntários? receberão bolsas de, no máximo, R$ 551 por 22 horas semanais e 12 horas mensais de curso de formação ? menos da metade do valor do salário mínimo (R$ 1.212). O pagamento será de responsabilidade das prefeituras. Não haverá transferência de recursos da União.
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Manipulação e manobra eleitoreira
Para o líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré (MA), além de fazer uso do programa para fins eleitorais, o governo Bolsonaro incentiva, na prática, a promoção da substituição de mão de obra.
"O que vai acontecer é que, aqueles que hoje trabalham ganhando um salário mínimo nas prefeituras, serão substituídos por supostos voluntários, ganhando menos de meio salário?, criticou.
O governo defende a medida com o pretexto de gerar empregos e melhorar a economia mas, na verdade, viola direitos fundamentais dos trabalhadores, critica Bira do Pindaré.
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"Não tem nada de incentivo ao voluntariado. Tem uma manipulação, uma manobra e uma intencionalidade de humilhar a população brasileira que já sofre tanto?, destacou o líder socialista durante a votação da matéria.
Na avaliação de Bira do Pindaré, tal manobra evidencia ainda mais a incapacidade do governo de dar respostas ao desemprego que assola o País.
"Bolsonaro apresenta agora esse arranjo tentando enganar a população em véspera de eleição.?, afirmou o parlamentar.
Segundo o deputado Alessandro Molon (RJ), a medida é mais um "abuso contra os trabalhadores?. Ele disse esperar que a proposta seja derrubada no Senado.
"Flexibiliza ainda mais a legislação trabalhista, com pagamentos abaixo do mínimo, sem vínculo empregatício ou direitos. É um abuso contra os trabalhadores?, protestou.
Nas redes sociais, o deputado Camilo Capiberibe (PA) afirmou que o programa confirma a "perversidade? do governo Bolsonaro.
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"Não gera empregos formais, se vale do desespero da pobreza para aumentar a miséria, empurra a conta para os municípios e concentra o dinheiro em Brasília.?
Gervásio Maia (PB) e Denis Bezerra (CE) também se posicionaram contra a aprovação da MP.
"A Câmara aprova, com meu voto contrário, mais esse desmonte que tanto prejudica os trabalhadores?, escreveu em suas rede sociais. "Essa medida precariza ainda mais a relação de trabalho. Mais um absurdo do desgoverno Bolsonaro?, criticou Denis.
*Com informações da Liderança do PSB.
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