Instituto Pensar - Metade das mulheres e meninas que engravidam não planejaram gestação

Metade das mulheres e meninas que engravidam não planejaram gestação

por: Ana Paula Siqueira 


Falta de informação sobre saúde reprodutiva levou a uma gravidez não planejada a esta jovem de 18 anos no Timor Leste. Foto: UNFPA/Ruth Carr

Um estudo do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) revelou que metade das gestações em todo o mundo não foram planejadas. São 121 milhões mulheres e meninas que engravidam sem querer, indica o relatório ?O Estado da População Mundial 2022?, realizado pela agência da ONU.

Do total, 60% abortam sendo que 45% desses abortos é feita de maneira insegura.

Pobreza, níveis baixos de escolaridade, participação no mercado de trabalho e exposição à violência estão entre as razões para que isso ocorra.

"Para as mulheres e meninas afetadas, sequer existe a escolha entre engravidar ou não?, afirma a agência da ONU, que afirma existir uma "crise global de gravidez não intencional?.

A diretora do Escritório do Unfpa em Genebra, Mónica Ferro, afirmou que os dados são "chocantes?.

"É uma crise invisível que se desenrola perante os nossos olhos. É um custo insuportável para as pessoas e para o mundo. Uma em cada duas gestações ocorre no corpo de pessoas que não escolheram deliberadamente a gravidez ou a maternidade, que não estavam abertas à perspectiva de ter uma criança naquele momento, com aquele companheiro, naquela circunstância. Para essas mulheres, a escolha reprodutiva que mais altera as suas vidas ? engravidar ou não ? não é uma escolha de todo. E essa é uma questão pessoal, uma questão de saúde, uma questão de direitos humanos, uma questão de desenvolvimento e também uma questão humanitária?, ressalta.

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Mulheres e meninas expostas à violência de gênero

A diretora do Escritório do Unfpa em Genebra, Mónica Ferro, pede mais investimentos em igualdade de gênero e cita a falta de uso de anticoncepcionais como agravante.

A agência também destaca que em países onde existem dados disponíveis, quase um quarto das mulheres não consegue dizer "não? a uma relação sexual.

Porém, reafirma que "uma gravidez não intencional não significa uma falha pessoal? e pode acontecer devido à falta de autonomia permitida pela sociedade.

Os dados reforçam a necessidade do acesso à educação e políticas voltadas para a igualdade de gênero por parte de "legisladores, líderes comunitários e todos os indivíduos para empoderarem as mulheres e meninas para fazerem escolhas afirmativas sobre sexo, contracepção e maternidade?, afirma o estudo.



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