Instituto Pensar - Gasolina: ?Privatizou, o preço aumentou?, protesta MTST

Gasolina: ?Privatizou, o preço aumentou?, protesta MTST

por: Mariane Del Rei e Revista_Fórum 


MTST realiza ato contra aumento de combustíveis na sede da Acelen, em SP. Foto: Comunicação MTST

Por conta dos recentes aumentos da 18,8% da gasolina e de 24,9% no diesel, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizaram um protesto contra o aumento dos combustíveis em frente à sede da Acelen, que comprou da Petrobras a refinaria de Mataripe, responsável por cerca de 30% do consumo industrial no Estado.

"É inaceitável que empresas privadas lucrem enquanto o povo sofre com o aumento abusivo dos preços. Por isso, viemos até a sede da Acelen, para denunciar a falácia que privatização é a solução para os problemas do Brasil e cobrar uma posição do poder público sobre a situação de extrema vulnerabilidade que a população pobre vem passando, com os aumentos dos preços?, disse Ediane Maria, da coordenação estadual do MTST-SP.

No ato, o MTST denunciou que pouco tempo depois que as refinarias foram vendidas ao capital privado, o preço dos combustíveis têm aumento recorde.

Na quinta-feira (10), a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça pediu que as empresas de petróleo Petrobras e a Acelen expliquem os aumentos.

Em nota, a Acelen informou que os preços seguem critérios de mercado que levam em consideração os valores do petróleo, do dólar e do frete. E diz que a política de preços é transparente, amparada por critérios técnicos.

A Petrobras também divulgou uma nota sobre o reajuste dos derivados de petróleo. Disse que foi o primeiro reajuste depois de quase dois meses. E que vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos preços de venda.

Brasileiros vão atrás de gasolina mais barata

A explosão no preço da gasolina fez com que se formasse uma fila enorme de veículos brasileiros neste sábado (12), na Ponte Internacional, que liga Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, à cidade argentina de Paso de los Libres. A gasolina por lá custa o equivalente a R$ 2,99 com a conversão do câmbio.

Já em Uruguaiana, o valor mais barato do litro do combustível é de R$ 6,75 ? em alguns, passa de R$ 7.

"Com menos de R$ 150 você completa o tanque com o valor da melhor gasolina deles aqui?, diz a assistente social Alessandra Camargo, que aguardava na fila.

Demora de horas

A fila pra cruzar a fronteira chegou a demorar duas horas. No lado argentino, a fila se repetiu na proximidade dos postos.

"Pelo custo que a gasolina está no Brasil, para quem consome bastante, compensa esse tempo de espera?, considera um motorista que estava na fila.

O aumento no preço da gasolina foi de 18,8% para as refinarias, uma alta de R$ 0,44, em média, na bomba. Na semana anterior ao reajuste, conforme pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgada no dia 12 de março, a média da gasolina no RS era de R$ 6,380.

Por Plinio Teodoro



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