Mulher perde fígado e aguarda 2° transplante depois de ?chá?
por: Janary Damacena
Um caso que começou com uma história comum a tantos brasileiros e brasileiras acabou por desencadear um drama para enfermeira Edmara de Abreu, de 42 anos. Após sentir-se mal nos primeiros dias de 2022, ela procurou atendimento médico e foi informada de que seu caso era grave: uma falência total e fulminante do fígado anulou irreversivelmente o órgão e Edmara precisaria, em caráter de urgência, ser internada e submetida a um transplante.
Nos momentos seguintes à descoberta do sério problema de saúde, o quadro da enfermeira passou a se deteriorar e médicos e familiares passavam a se questionar sobre o que teria causado uma hepatite repentina tão agressiva numa paciente sem qualquer histórico de enfermidades do tipo ou correlacionadas.
Foi então que se descobriu que Edmara havia consumido um "chá emagrecedor? comprado pela internet, mas facilmente encontrado em qualquer esquina das cidades brasileiras. Prometendo eficiência e aparentando ser inofensivo, já que é composto "apenas por ervas?, o produto provocou uma gravíssima intoxicação na mulher, e o fígado, órgão que elimina as substâncias agressivas ingeridas por nosso corpo, entrou em falência.
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No frasco branco, semelhante aos utilizados em farmácias de manipulação, lê-se "50 Ervas Emagrecedor?, assim mesmo, com um aparente erro de concordância. O nome do "produtor?, acima do rótulo, é "Pro Ervas?. Na parte de trás do recipiente a lista em letras miúdas com as supostas plantas que compõem a substância usada para perder peso. E foi a partir delas que os médicos e pesquisadores concluíram que algumas espécies contidas no pequeno pote eram altamente tóxicas e que foram as responsáveis pela destruição do fígado da usuária de 42 anos. O produto não tem chancela da Anvisa e sequer poderia ser comercializado.
Edmara foi internada após o dia 20 de janeiro na UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo precisando de um transplante com urgência máxima. Chegou a receber um órgão, mas seu organismo o rejeitou e desde os últimos dias a situação dela tem piorado. A enfermeira segue no HC, em estado de coma, e agora aguarda um novo doador que salve sua vida.
Médicos e especialistas da área farmacêutica têm ido às redes sociais nos últimos dias para alertar a população que o consumo desse tipo de substância, vendida não só na internet, mas também em bancas, lojas e pequenos comércios, em frascos, sacos plásticos ou pacotes, pode ser até fatal.
Todo processo de emagrecimento deve ser acompanhado por um endocrinologista que certificará, e receitará, se for o caso, qualquer medicamento destinado a esse fim. As substâncias e plantas contidas em compostos caseiros e amadores, muitas vezes, são perigosas para a saúde e não devem ser consumidas em hipótese alguma.
Por Henrique Rodrigues na Revista Fórum
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