Instituto Pensar - Siqueira diz que PSB deve participar do programa de governo

Siqueira diz que PSB deve participar do programa de governo

Presidente do PSB, Carlos Siqueira. Foto: Reprodução

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, participou do Fórum Onze e Meia no último fim de semana e afirmou que o partido pretende participar do debate sobre a questão programática para as eleições. Siqueira disse que já conversou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann sobre isso.

Siqueira explicou que o PSB está há dois anos trabalhando em seu processo de Autorreforma, que culminará no congresso nacional do partido, em abril. "Esse novo programa do PSB se confunde com um programa para o Brasil. É uma visão de programa nacional de desenvolvimento que tem acentuado aspecto social, mas não esquece a questão econômica. E, nesse ponto, o Brasil tem muita coisa para rever?, afirmou.

Sobre as declarações de Freixo

O presidente do PSB criticou Marcelo Freixo (PSB-RJ) após uma declaração favorável do deputado à pré-candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo. Em entrevista ao Fórum Onze e Meia nesta segunda-feira (31), Siqueira reforçou o quanto a fala foi equivocada. Durante a entrevista, o socialista também defendeu a importância de um conteúdo programático para as eleições com foco na elaboração de um plano nacional de desenvolvimento.

"A declaração de Freixo foi muito infeliz. Pegou muito mal no PSB de SP e nacional porque nós temos uma candidatura, estamos em um processo de discussão. Não podemos admitir que alguém do PSB use seus argumentos em favor de um candidato do PT. Não é aceitável, mas foi isso que aconteceu?, afirmou o presidente do PSB.

Em São Paulo, o partido pretende lançar o ex-governador Márcio França como candidato. Freixo trocou o PSOL pelo PSB em junho do ano passado para disputar o governo do Rio. O deputado chegou à legenda com a bênção do ex-presidente Lula, que já declarou apoio a ele na campanha para o Palácio Guanabara.

Alckmin no PSB?

Questionado sobre a entrada de Geraldo Alckmin no PSB, Siqueira afirmou que se reuniu com o ex-governador no início de dezembro e fez o convite para que ele integrasse a sigla.

"Disse que no PSB ele só tem amigos. Todo mundo sabe que ele não é socialista, mas nas circunstâncias do momento em que vivemos, é admissível trazer ele para que possa ajudar nesse alargamento do espectro político ideológico da chapa de Lula, se é o desejo do ex-presidente Lula?, ressaltou o presidente do PSB.

Segundo Siqueira, Alckmin foi "muito receptivo?, mas até agora não deu resposta. "O PSB faz o que lhe compete fazer. Não forçamos a barra?.

Mudanças na política industrial

"Em nosso país, o serviço cresce, mas criando emprego precário e barato e a indústria cai, quando o país tem todas as condições políticas para revitalizar a indústria. Mas, não a velha indústria, porque estamos em outro mundo ? da tecnologia ? o país ainda não entrou na 4ª Revolução Industrial a esta altura dos acontecimentos?, explica o socialista.

Ele ressalta que o Brasil pode resolver esse problema aproveitando, por exemplo, as potencialidades da biodiversidade dos biomas brasileiros. O intuito é usar a tecnologia para aproveitar os recursos naturais para preservar a natureza.

"Propomos a Amazônia 4.0, [que consiste em] estudar com profundidade a biodiversidade e transformá-la em empreendimento econômico. A soberania sobre a Amazônia só vai se dar se o Brasil disser o que quer da Amazônia. E ainda não dissemos?, salienta.

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Para isso, exemplifica, é preciso levar institutos de pesquisa avançada para a região e investir nas universidades.

"É preciso ter a clareza que sem derrubar uma única árvore e conhecendo a biodiversidade, [podemos] transformar isso em empreendimento econômico nacional e internacional. A China faz isso com muita propriedade, mas defendendo que o país tenha projeto?, destaca.

Siqueira critica modelo de exportação

Para Carlos Siqueira, outro problema que deve estar claro no programa de governo é o petróleo.

"Exportamos cru a preço barato e temos que exportar a gasolina. Outro desastre?, critica.

Exemplos da precarização da indústria no país não faltam, como o café exportado para a Itália e importado após ser beneficiado naquele país, cita Siqueira.

"Nos tornamos o país mais conveniente do mundo. Essa relação precisa. E não se pode pensar uma política econômica apartada das questões sociais. Mas é preciso ter uma política econômica avançada?, afirma.




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