Flávio Bolsonaro é suspeito de favorecer venda de fuzis para o RJ
Uma investigação conduzida pelo Uol encontrou indícios de direcionamento e conflito de interesses por parte do senador armamentista Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na compra de 500 fuzis pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A suspeita é que o filho do presidente tenha favorecido a Sig Sauer, gigante da indústria bélica com sede nos EUA.
Segundo a reportagem, a empresa venceu o pregão em julho com a oferta de R$ 3.810.442,05 (2% abaixo do teto estipulado), mas a compra só foi concretizada cinco meses depois, quando Flávio conseguiu a liberação de R$ 3 milhões com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), principal estrutura do Ministério da Justiça.
Fabricantes de armas ouvidos pelo Uol afirmam que houve restrições à concorrência no edital, já que os documentos técnicos possuíam uma série de detalhes que restringiriam a concorrência, como tamanhos e modelos das armas. Além disso, especialistas argumentam que a licitação seria "viciada? e, por isso, deveria ser anulada.
A Polícia Civil do Rio nega ter favorecido a Sig Sauer e alega que a licitação foi auditada por órgãos públicos. Procurados, Flávio Bolsonaro e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), não se manifestaram sobre a intermediação para a liberação dos recursos.
Sig Sauer e a ligação com o clã Bolsonaro
De acordo com a apuração do Uol, Manoel Hermida Lage, inspetor da Polícia Civil e um dos policiais que elaborou a parte técnica da licitação, trabalha para a Sig Sauer. Ele atua como instrutor do campo de tiros da fabricante no Brasil e teria sido o responsável por colocar as restrições no edital.
A Sig Sauer já recebeu uma série de manifestações de apoio da família Bolsonaro para seus negócios no Brasil. No mercado de materiais bélicos, é corrente o discurso de que o clã presidencial, principalmente através das figuras de Flávio e Eduardo, defende os interesses da empresa.
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Marcelo Costa, que está à frente da Sig Sauer no Brasil, também estaria envolvido nas irregularidades. Segundo as fontes do Uol, Costa usa os nomes de Flávio e Eduardo Bolsonaro como forma de abrir portas em órgãos públicos.
Além disso, ele seria bastante íntimo de Lage, que o acompanha m reuniões para apresentar as armas da Sig Sauer a outras corporações policiais no país, auxiliando nas vendas. O policial participou, inclusive, de encontros com representantes da PM de Minas Gerais; das polícias Civil e Militar do Ceará; assim como da Polícia Civil e da Superintendência da Polícia Federal do Paraná.
Por Carolina Fortes
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