Plataforma prepara jovens para economia criativa misturando escola e redes sociais
por: Tainã Gomes de Matos
Plataforma voltada para jovens das classes C, D e E pretende misturar escola e redes sociais e fornecer formação básica para atuar em um dos segmentos da economia criativa. Além disso, fazer conexões com profissionais de mercado também é a aposta da co.liga.
A iniciativa é fruto da parceria entre Fundação Roberto Marinho e Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação a Ciência e a Cultura (OEI) e será lançada no dia 12.
A economia criativa movimenta cerca de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro anualmente e é um dos setores mais promissores para geração de emprego.
Levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)mostra que em 2017 a indústria criativa gerou R$ 171,5 bilhões e mais de 837 mil empregos formais. A expansão do setor evidenciou uma lacuna que o setor de educação da Fundação Roberto Marinho tinha no que diz respeito à educação menos formal.
O gerente geral do Laboratório de Educação da Fundação Roberto Marinho, João Alegria, reconhece que é desafiador para um jovem das classes C, D e E acessar o mercado de trabalho e desenvolver talentos.
"Temos iniciativas em vários campos, trabalhamos com aprendizagem e qualificação durante o ensino médio. Mas tem um espaço muito forte do jovem como agente econômico, comunitário, cultural, envolvido no mundo digital que nossas iniciativas não tocavam. Daí vimos que precisávamos ter uma ação forte nesse campo?
João Alegria
"Decidimos criar cursos que gerem oportunidades de trabalho, renda, e dos quais os jovens saiam e consigam arrumar emprego. Por isso são muito voltados para a prática?, continuou.
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Plataforma tem 37 cursos
A co.liga tem 37 cursos divididos entre os cinco pilares da economia criativa como artes visuais, multimídia, design, patrimônio, música. A meta é no primeiro ano certificar 25 mil jovens, acima de 18 anos, independentemente do grau de escolaridade
Para o projeto foram investidos R$ 10 milhões da Fundação e OEI. "A economia criativa tem como ideia principal os processos, as ideias e os empreendimentos que utilizam a criatividade como mote principal na concepção de um produto, de um negócio?, diz Raphael Callou, chefe e diretor da representação da OEI no Brasil. "Em um país como o Brasil, que foi capaz de criar ritmos, danças, gastronomias e tendências, é preciso abraçar esse potencial para gerar condições de integração ao desenvolvimento do país junto à capacidade criativa e às nossas expressões culturais.?
Segundo reportagem do Valor Econômico, Alegria diz que a co.liga não é apenas plataforma de cursos on-line nem rede social,mas uma comunidade na qual o usuário é estimulado a produzir conteúdo para mostrar aos outros. A ideia é unir dois universos: uma rede de empresas e outra de organizações que trabalham com jovens mais pobres. O lançamento ocorre dia 12 de novembro, e os cursos podem ser acessados a partir do dia 16.
O conteúdo dos cursos foi desenvolvido por nomes reconhecidos em suas áreas, como o produtor cultural Leo Feijó, ex-subsecretário de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, a empresa de design e inovação Fab Lab Recife, e o músico e apresentador China Ina, que elaborou os cursos Estúdio em casa ? Produzindo música sem sair do quarto, Música eletrônica ? Do sample ao beat, e Produção musical ? O técnico do time.
"A gente ajuda a se preparar para fazer cursos de forma mais autônoma. Não são aulas remotas, com vídeos do professor falando. São propostas de aprendizagem que o jovem faz no tempo dele, conforme tiver disponibilidade?, afirma Betita Valentim, co-fundadora e sócia do Fab Lab Recife. A empresa elaborou cinco cursos de audiovisual para a plataforma: roteiro, edição, linguagens e distribuição, videomaker, e produção
Após a conclusão dos cursos, os estudantes recebem certificados e contam com sessões de mentoria dos profissionais do mercado
No horizonte, afirma Alegria, há a perspectiva de o universo on-line ser ampliado para o presencial, com espaços de compartilhamento como a Escola do Olhar, no Museu de Arte do Rio (MAR), e o ponto de cultura TV OVO, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A ideia, diz, é que a co.liga seja projeto permanente da Fundação, como o Telecurso 2000 e o Canal Futura.
A co.liga nasce no âmbito da 9ª edição do Menos30 Fest, festival de educação empreendedora e inovação da Globo, que acontece virtualmente de 9 a 11 de novembro
Com informações do Valor Econômico
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