De olho nas eleições, Bolsonaro pode aumentar auxílio emergencial, mas só para quem tem Bolsa Família
Apesar de 20 milhões de pessoas estarem passando fome e outros 24,5 milhões estarem em insegurança alimentar, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) está de olho nas eleições de 2022. Para isso, busca uma forma de incrementar o pagamento de programas sociais e estuda estender o auxílio emergencial até o fim do próximo ano.
A última parcela do benefício será paga este mês e o chamado Auxílio Brasil, criado para tentar descolar o Bolsa Família do ex-presidente Lula, está parado, auxiliares de Bolsonaro avaliam a prorrogação do auxílio emergencial até janeiro de 2023, mas apenas para os beneficiários do Bolsa Família, o que representa 14,6 milhões de famílias. As informações são do jornal O Globo.
Desta forma, Bolsonaro pretende melhorar seu desempenho com o eleitorado, somando os cerca de R$ 250 mensais ao valor que os beneficiários do Bolsa Família recebem.
Hoje, o valor médio do Bolsa Família é de R$ 189. Seria um pagamento, portanto, de cerca de R$ 440. Isso é superior aos valores pagos hoje pelo auxílio emergencial: R$ 150, R$ 250 e R$ 375.
O assunto está em discussão em várias áreas do governo e, com o fim do auxílio emergencial, ele deve bater o martelo até a próxima semana.
Porém, se adotar essa estratégia de olho nas eleições, outras 25 milhões de pessoas que estão na informalidade param de receber o auxílio de maneira definitiva, o que deve impactar na campanha eleitoral.
De qualquer maneira, a rejeição a Bolsonaro se mantém alta, conforme revelam as pesquisas.
Paulo Guedes é contra prorrogação do auxílio para todos
A proposta de unir auxílio emergencial com Bolsa Família tem crescido porque o ministro da Economia e dono de offshore, Paulo Guedes, é contra a prorrogação do auxílio emergencial para todos os beneficiários.
A ideia em discussão é que a prorrogação do auxílio voltada apenas para os beneficiários do Bolsa Família seja uma forma de "transição? por conta da inflação dos alimentos.
O objetivo dos interlocutores do governo seria acionar a cláusula de calamidade aprovada na chamada PEC Emergencial, no início deste ano.
O acionamento seria justificado pela situação de vulnerabilidade das pessoas, devido à fome. Isso permitiria pagar os recursos fora do teto de gastos, regra que impede o crescimento das despesas da União acima da inflação do ano anterior.
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Dentro do governo, ministros defendem que o auxílio seja prorrogado até o fim da pandemia nos moldes atuais, o que poderia dar impulso eleitoral a Bolsonaro para 2022.
Seria uma saída também para cobrir os mais vulneráveis prejudicados pela alta da inflação. Uma ala do governo defende até mesmo aumentar o valor do auxílio.
O Ministério da Economia prefere a aprovação do Auxílio Brasil. Uma das justificativas de Guedes para encerrar o auxílio emergencial este mês é que, com o início da retomada econômica, os informais poderão voltar ao trabalho.
Defensores da prorrogação, porém, argumentam que a crise alimentar ainda atinge os mais vulneráveis.
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