Fogo amigo: Guedes acusa Ciro Nogueira de ataques sobre offshore
por: Iara Vidal e Revista_Fórum
Com Plinio Teodoro
Fogo amigo está sendo trocado no coração do governo Bolsonaro entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os ministros Ciro Nogueira (PP-PI), da Casa Civil; e Flávia Arruda (PP-DF). O ?Posto Ipiranga? de Jair Bolsonaro (sem partido) credita aos ministros do centrão do Palácio do Planalto ataques discretos mirando sua derrubada. Ciro, Flávia e quase todo o centrão discordam de diversos pontos da política econômica, considerados inegociáveis por Guedes.
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Guedes se diz indignado com a repercussão das informações sobre o saldo milionário que mantém em offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe. Segundo informações de Guilherme Amado, no site Metrópoles, Guedes teria reclamado com interlocutores que Ciro e Flávia teriam propositalmente deixado suas convocações para explicar as contas em paraísos fiscais prosperarem na Câmara e no Senado, sem se articularem para impedir.
Nesta quarta-feira (6), a Câmara dos Deputados aprovou requerimento de convocação de Guedes apresentado pelos líderes socialistas da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB), da Minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), e do PSB, Danilo Cabral (PE).
Nesta quinta-feira (7), um solitário Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) subiu à tribuna da Câmara para fazer a defesa do ministro. O argumento: "Paulo Guedes perde dinheiro trabalhando no governo?, justificou o filho de Jair Bolsonaro.
Paulo Guedes é sócio de uma empresa no exterior com patrimônio de 9,55 milhões de dólares, o que equivale a cerca de R$ 51 milhões. A sessão para ouvir Guedes ainda não tem data marcada, mas poderá ser realizada na próxima semana.
As informações sobre a offshore de Guedes foram obtidas pelo projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), cujos parceiros no Brasil são a revista Piauí e o site Poder360. O vazamento também apontou uma empresa no exterior em nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Duas comissões da Câmara já haviam aprovado a convocação de Guedes: do Trabalho, Administração e Serviço Público; e de Fiscalização Financeira e Controle.
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