Instituto Pensar - Cúpula da CPI aponta contradição de depoente sobre comissão por vacina

Cúpula da CPI aponta contradição de depoente sobre comissão por vacina

por: Iara Vidal 


A CPI da Pandemia no Senado ouviu durante cinco horas, nesta terça-feira (24), Emanuel Catori, um dos sócios da farmacêutica Belcher. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apontaram contradições na fala do depoente em relação à ocorrência de negociação de comissão da Belcher com a CanSino para o fechamento de contrato de venda das vacinas para o governo federal.

Os dois senadores citaram matéria publicada na imprensa, na tarde desta terça, em que o vice-presidente da CanSino, Pierre Morgon, revela que teria negociado com Catori comissão relacionada ao número de doses do imunizante que seriam fechadas no contrato. Mais cedo, a testemunha preferiu ficar em silêncio quando perguntado sobre a margem de lucro ou valores de comissão.

Ao ser confrontado com as declarações da matéria, o depoente disse que não foi contraditório e que em nenhum momento negou a existência de negociação sobre comissão. Ele reforçou que preferia não entrar em detalhes sobre valores que dizem respeito a um credenciamento que não chegou a ocorrer e um contrato que não foi finalizado. 

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A Belcher atuou como intermediária do laboratório chinês CanSino na negociação com o Ministério da Saúde pelo fornecimento de 60 milhões de doses da vacina Convidencia ao custo de R$ 5 bilhões.

Simone: "Ministério foi avalista?

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) acusou o Ministério da Saúde de ter agido como "avalista? de empresas que, como a Belcher, queriam firmar contratos de compra de vacinas com empresas estrangeiras. Ela refez a cronologia das comunicações da farmacêutica com a pasta e constatou que a Belcher jamais deveria ter recebido uma carta de intenção de compra da CoronaVac pelo Ministério da Saúde, pois isso aconteceu no dia 27 de maio, quando já se sabia que a fabricante da vacina tinha contrato de exclusividade com o Butantan. Para a senadora, isso criou facilidades para a Belcher junto à embaixada chinesa e deve ser questionado às autoridades do ministério.

"A sensação que fica é que o intermediário era o Ministério da Saúde?, ironizou.

Izalci questionou Catori sobre cobertura para outras empresas em licitações

Izalci Lucas (PSDB-DF) questionou o depoente sobre a farmacêutica Belcher ter participado de licitações no Distrito Federal, dando cobertura para outras empresas. Izalci afirmou que a empresa Belcher participou de coberturas de licitações direcionadas, superfaturadas e já foi comprovado pelo Tribunal de Contas da União. Para o senador, existia um "padrão de propostas fictícias? para dar cobertura de preços. Emanuel Catori permaneceu em silêncio nos questionamentos do senador.

"A gente percebe claramente é que as empresas, inclusive a de V.Sa., utilizam desse artifício de colaborar em determinadas licitações apenas pra fazer cobertura para que haja superfaturamento e desvio de recurso público, é o que eu posso aqui concluir?, afirmou Izalci.

Sinovac x CanSino

Catori também deu mais detalhes sobre a opção da Belcher pela vacina da CanSino. A senadora Soraya Thronicke (PSL-MT) quis saber por que a Belcher e o grupo de empresários abandonaram as negociações com a Sinovac, que renderia doações ao setor público. O sócio da Belcher respondeu que as negociações pararam quando o grupo soube que a Sinovac tinha um contrato de exclusividade com o Butantan, e a partir daí as atenções se voltaram para a CanSino. Soraya perguntou por que as tratativas com a CanSino não envolviam doação ? apenas a intermediação da compra pelo Ministério da Saúde ? e Catori disse não saber responder.

Segundo o depoente, a Sinovac nunca chegou a informar o valor das doses que seriam negociadas e os empresários nunca chegaram a informar o valor que pretendiam desembolsar.

Silêncio sobre Falso Negativo

Catori ficou em silêncio quando perguntado pela senadora Soraya Thronicke (PSL-MT) se a Belcher havia sido "injustiçada? ao ser incluída na Operação Falso Negativo. Também não respondeu sobre a proposta da empresa na licitação para a compra de testes de covid-19. Ele afirmou que a Belcher não tem contratos vigentes com o governo do Distrito Federal, mas tem com outros estados, e se comprometeu a informar posteriormente à CPI quais são esses contratos, com quais estados e os seus valores.

Silêncio sobre Falso Negativo

Catori ficou em silêncio quando perguntado pela senadora Soraya Thronicke (PSL-MT) se a Belcher havia sido "injustiçada? ao ser incluída na Operação Falso Negativo. Também não respondeu sobre a proposta da empresa na licitação para a compra de testes de covid-19. Ele afirmou que a Belcher não tem contratos vigentes com o governo do Distrito Federal, mas tem com outros estados, e se comprometeu a informar posteriormente à CPI quais são esses contratos, com quais estados e os seus valores.

Com informações da Agência Senado



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