11 votos e uma autocrítica

A questão do voto impresso ou exclusivamente eletrônico nunca foi uma questão ideológica, ou de princípio para o PSB ou nenhum partido de esquerda, direita ou centro.

Eu mesmo, no meu ceticismo analógico, sempre pensei que uma comprovação impressa seria algo positivo.

Ocorre que essa questão foi transformada por Bolsonaro num verdadeiro "pé-de-cabra? anti-democrático, num pretexto para desmoralizar o processo eleitoral e para justificar o golpe caso ele perdesse a eleição. E também num elemento de mobilização, agitação e propaganda da direita miliciana, paramilitar e civil contra a nossa defeituosa e frágil democracia. Seguindo, como sempre, o exemplo da ultra direita norte-americana.

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Por tudo isso, essa questão tornou-se um ponto de inflexão da luta democrática no Brasil, a ser travada na Câmara dos Deputados. Não se tratava mais de uma mera discussão, ou votação, sobre a conveniência do voto impresso. Mas, sim, de um embate entre as forças democráticas e a subversão da ultra direita bolsonarista.

E aqui entra a autocrítica, minha, pessoal e a que eu acho que deve ser do próprio PSB: a Comissão Executiva Nacional deveria ter fechado questão sobre essa votação na Câmara. Tivemos a oportunidade de fazer isso na última reunião da Executiva Nacional dia 31 de julho e não fizemos. Nem eu, nem nenhum dos deputados que participam do órgão, lembrou-se disso. Talvez porque achássemos óbvia a posição do partido. Se tivéssemos tomado essa medida, quase com certeza teríamos muito menos do que 11 votos a favor do voto impresso. Votariam a favor apenas os contumazes dissidentes de direita que, felizmente, já estão saindo do Partido.

Erramos ao não fechar questão. Embora devamos lembrar aos nossos críticos internos e externos que acertamos muito mais quando tivemos a coragem de afastar mais de uma dezena de deputados que votaram a favor da reforma trabalhista e punir 13 deputados que votaram a favor da reforma previdenciária.

Que estamos corajosamente fazendo uma Autorreforma que nos coloca de forma clara e definitiva no campo da esquerda democrática e modernamente revolucionária.