Para CPI, Cascavel praticou crime de usurpação da função pública
por: Iara Vidal
A CPI da Pandemia no Senado ouve nesta quinta-feira (5) o depoimento de Airton Antonio Solig, empresário e ex-assessor do Ministério da Saúde, conhecido como Airton Cascavel. Para Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o depoente praticou crime de usurpação da função pública ao ter assumido, durante um período, função de assessor do Ministério da Saúde sem ter sido nomeado.
O senador lembrou que, sem designação de cargo, o depoente chegou a receber prefeitos, governadores e outras lideranças políticas representando a pasta. Na avaliação de Randolfe, o colegiado não pode relativizar a prática desse crime.
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Cascavel disse desconhecer quem subscreveu "tratamento precoce?
A Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Airton Cascavel disse desconhecer a servidora responsável por subscrever, no Ministério da Saúde, o protocolo para "tratamento precoce? contra covid-19. O senador ainda questionou o depoente se a responsável seria a médica Laura Appi. Ele disse que a conhecia, mas não tinha conhecimento da sua responsabilidade em relação ao assunto.
Para Eliziane Gama, Cascavel cometeu crime de prevaricação
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) considerou que o ex-assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Cascavel, cometeu grave erro quando trabalhou no Ministério da Saúde por não adotar as ações necessárias para o enfrentamento da pandemia. Ela também afirmou que ele teria praticado prevaricação ao não informar sobre indícios de irregularidades na pasta.
Em resposta à senadora, Cascavel disse que nunca respondeu mensagens de celular de Luiz Paulo Dominguetti Pereira sobre oferta de vacinas.
A senadora informou que a comissão tem o registro dessas mensagens. Cabo da PM, Domiguetti já depôs à comissão ? ele disse ter recebido pedido de propina do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.
"Nunca respondi essas mensagens porque achava que era armação?, afirmou Airton, acrescentando nunca ter visto Dominguetti.
Omar Aziz divulga calendário para a próxima semana
O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou o cronograma da comissão para a próxima semana. Na próxima terça-feira (10), a CPI ouvirá o coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil. Na quarta-feira (11), será ouvido um representante da farmacêutica Vitamedic. E na quinta-feira (12) será a vez de o deputado federal Ricardo barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, prestar depoimento à comissão.
Alessandro diz que Cascavel só foi para a Saúde por ligação com Pazuello
Em resposta a Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Airton Cascavel confirmou que já respondeu a processo por corrupção, quando foi prefeito de Mucajaí (RR), mas que foi inocentado no STF. Ele também confirmou um processo por grilagem de terra, mas disse não saber a situação do processo. Admitiu ainda que não tem especialização na área de saúde, mas é especialista em gestão de pessoas. Para o senador Alessandro, as respostas evidenciam que o convite para o Ministério da Saúde se deu por uma ligação pessoal com Pazuello e não por competência técnica. Além disso, apontou irregularidade na atuação ? pelo caráter informal ? de Cascavel no âmbito da pasta.
Cascavel disse não ter acompanhado diálogo de Pazuello e Miranda
Questionado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Airton Cascavel negou ter acompanhado a conversa do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) com o ex-ministro Eduardo Pazuello durante voo de São Paulo a Brasília. Cascavel disse que o diálogo pode ter ocorrido no voo de ida, quando ele não estava presente. Na ocasião, segundo Miranda, o então titular da pasta teria afirmado receber pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para a liberação de recursos para municípios selecionados pelo integrante do Centrão. A foto com o registro da viagem, constando a presença do ex-ministro Pazuello, Miranda e Cascavel chegou a circular na imprensa esta semana.
Com informações da Agência Senado
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