Google, Twitter e Facebook manobram para fugir da CPI
por: Michelle Portela
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado inicia a semana investigando contratos do Ministério da Saúde, enquanto três gigantes da tecnologia ? Google, Facebook e Twitter ? manobram para não serem atingidas pelas denúncias feitas ao colegiado.
Com a quebra de sigilos telefônicos e telemáticos de diversos investigados, empresas globais de tecnologia estão preocupadas com os efeitos da CPI no Brasil. Google, Facebook e Twitter, trabalham nos bastidores para sair do alvo do colegiado.
Três parlamentares confirmaram ao Globo terem sido contatados por pessoas que tentam evitar a convocação dos seus executivos, mas também orientar sobre como fazer os requerimentos de pedido de acesso à informação por essas empresas.
"Eles queriam trazer explicações. Dialoguei com um deles, mas disse que, lamentavelmente, a posição era irreversível. Acho que eles tentaram explicar, dar informações e, obviamente, evitar a convocação.?
Randolfe Rodrigues
Tradicionalmente, representantes de relações institucionais de empresas como Google, Facebook e Twitter são vistos circulando pelo Congresso. Mais recentemente, porém, o temor era de que a CPI pudesse enveredar de forma mais profunda por uma linha investigativa sobre a participação ou omissão delas no processo de disseminação de notícias falsas sobre a Covid-19.
Empresa com ligações com Barros na mira da CPI
Os senadores da CPI investigam também a VTC Operadora de Logística, que firmou uma série de contratos com o Ministério da Saúde durante os dois anos em que o atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), comandou a pasta. A informação foi dada com exclusividade pelo jornal O Globo.
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No período, a empresa responsável pelo transporte de insumos faturou R$ 258 milhões, dos quais 98% foram por meio de contratações com dispensa de licitação. O valor representa 70% a mais do que ela ganhou prestando serviços ao ministério nos sete anos anteriores.
De acordo com o Portal da Transparência, os primeiros contratos foram registrados em 2009. Daquele ano até 2015, a empresa angariou R$152 milhões em contratos com a pasta, cerca de R$ 21 milhões por ano.
A partir de 2016, quando Ricardo Barros assumiu o ministério, o MS fechou sete contratos com a VTC, num total de R$ 258 milhões ? R$ 34 milhões em 2016 e R$ 223,5 milhões no ano seguinte. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) explicou a intenção do colegiado.
"Nós queremos saber qual foi a participação do Centrão e de pessoas ligadas a este grupo, como os ex-diretores de logística indicados por políticos do bloco, nos contratos da VTC?.
Randolfe Rodrigues
Procurado pela reportagem, Ricardo Barros negou participação em qualquer irregularidade. "A medida fez parte de um amplo processo de gestão que reviu contratos em todas as áreas do ministério. Esta e outras ações geraram R$ 5 bilhões em economias?, afirmou, em nota.
A VTC disse desconhecer "qualquer vantagem ou aumentos expressivos em contratos firmados com o ministério em 2016 e 2017?. O Ministério da Saúde não se pronunciou sobre o tema.
Com informações de O Globo
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