Instituto Pensar - Indígenas são atacados pela polícia do DF em ato pacífico

Indígenas são atacados pela polícia do DF em ato pacífico

por: Ana Paula Siqueira 


Manifestantes do Levante Pela Terra mostram bombas jogadas atiradas contra eles pela polícia. Foto: Abip

Pelo menos três indígenas que protestavam pacificamente ficaram feridos após serem atacados por policiais. Os ataques teriam partido da Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha foram disparadas contra os manifestantes. Deputados da Oposição querem discutir a dura e desproporcional repressão policial às manifestações.

Os manifestantes foram atacados por volta das 12h, no Anexo II da Câmara, em Brasília, que dá acesso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJC). Há relatos de crianças e idosos que passaram por terem inalado o gás. É a segunda vez em menos de uma semana que os manifestantes do Levante Pela Terra são duramente atacados.

Oposição quer audiência com governador do DF

O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), criticou a violência contra os manifestantes e disse que partidos de Oposição vão pedir audiência com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), sobre o caso.

Freixo afirmou ainda que os indígenas lutam pelo futuro do Brasil. "Para que esse país não seja completamente devastado por uma milícia ambiental apoiada pelo desgoverno Bolsonaro?, disse.

O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), acompanha a situação. Mais cedo ele havia pedido apoio para impedir a aprovação da proposta. "Atenção! Precisamos da ajuda de todos e todas para impedir que o PL 490 seja votado e aprovado hoje, na CCJ da Câmara. Na prática, o projeto acaba com a demarcação de terras indígenas, favorecendo o garimpo ilegal?, disse na rede social. Pouco depois, a confusão.

O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) também prestou solidariedade aos manifestantes atacados.

O deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ), ex-ministro do Meio Ambiente, prestou solidariedade aos indígenas. "Grileiros, Bolsonaristas e Bandeirantes extemporâneos: Tiram as garras das Terras e das Culturas de nossos ancestrais!?, disse em sua rede social. E completou:

Ato contra ataque aos direitos indígenas

A mobilização dos indígenas é contra a provação do projeto de lei ( PL 490/2007) que inviabiliza a demarcação de terras indígenas e facilita o garimpo ilegal. A matéria estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara (CCJC). A entrada no prédio não está permitida por causa da pandemia da covid.

Uma das vítimas está no Hospital de Base da Capital Federal em observação, segundo a Articulação dos Povos Indígenas (Apib). Ele foi ferido na costela e bateu a cabeça com a queda. Um idosa e outro homem também foram feridos com balas de borracha. Após os ataques, os indígenas teriam se defendido atirando flechas e acertado um policial, que foi atendido no local pelo serviço médico da Câmara.

A Apib registrou os ataques:

Projeto inviabiliza demarcação de terras

As manifestações do Levante Pela Terra são contra o projeto que permite que terras indígenas sejam usadas para o agronegócio, a mineração e a construção de hidrelétricas. O que inviabiliza a demarcação. Com o ataque aos indígenas, a reunião da CCJ foi cancelada. Segundo a Apib o PL 490 "representa um novo Genocídio aos povos indígenas?.

"O PL é inconstitucional e pode acabar com as demarcações das Terras Indígenas no Brasil, possibilitando a abertura dos territórios para explorações predatórias. Além do PL 490 outras propostas anti-indígenas e que representam uma ameaça ao meio ambiente estão em pauta no Congresso?, diz a entidade.

Na última quarta-feira (22), manifestantes também foram atacados durante ato do Levante Pela Terra em frente à Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília. Representantes de mais de 35 povos originários, com o apoio da Apib, marchavam na capital federal e esperavam ser recebidos por um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), mas a tropa de choque da PM cercou o prédio da entidade e atacou os manifestantes com bombas de efeito moral e spray de pimenta.

Com informações do Correio Braziliense, Uol, G1 e Brasil de Fato



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