Instituto Pensar - China proíbe transações com criptomoedas no país

China proíbe transações com criptomoedas no país

Criptomoedas sofrem restrições na China e impactam mercado. Foto: Shutterstock

Instituições financeiras da China estão proibidas de realizar transações com criptomoedas. O alerta e restrição, comunicado pelo Banco do Povo da China (PBoC) no aplicativo WeChat, tumultuou o mercado financeiro e ocorre no momento em que o país tenta promover o yuan digital, moeda digital própria chinesa. 

O comunicado, assinado pelos órgãos National Internet Finance Association of ChinaChina Banking Association e Payment and Clearing Association of China e foi divulgado na terça-feira (18). Para além de transações comuns, também impede que instituições financeiras de qualquer tipo ofereçam serviços como registro, negociação, compensação e liquidação envolvendo moedas digitais, além de conclamar o público a não se envolver com as moedas, já que as transações não são protegidas por lei. 

Leia também: Criptolavagem: moedas virtuais servem ao crime organizado 

Justificativa 

A proibição das transações de criptomoedas na China não está descolada de debates já existentes sobre o dinheiro digital. Em um país com alto controle fiscalizatório, a existência de transações envolvendo valores exorbitantes que não podem ser regulamentadas propriamente pelo estado e que facilitam crimes como a criptolavagem, a lavagem de dinheiro por criptomoedas, a atitude, apesar de impactante, não pode ser considerada uma total surpresa. 

O PBoC alegou em seu comunicado que as moedas digitais não seriam "moedas reais?, e que não existe a possibilidade de nenhuma instituição financeira e de pagamento para estipular preços de produtos em qualquer moeda digital. O documento também chama a atenção para a fácil manipulação dos valores das criptomoedas e para os contratos comerciais, que não são protegidos pela lei do país.  

Apesar da restrição anunciada, o comunicado da China não proíbe que a população mantenha criptomoedas compradas anteriormente.

China tem histórico conflitante com criptomoedas

No ano de 2017 a China já havia fechado suas bolsas locais de moedas digitais, suprimindo um mercado especulativo que, na época, representava 90% do comércio global de bitcoins. Em 2019, a China emitiu um novo comunicado afirmando que iria bloquear o acesso a todas as bolsas de criptomoedas (nacionais e estrangeiras) e sites de ofertas iniciais de moedas, afim de reprimir todas as negociações de criptomoedas com a proibição das bolsas estrangeiras.

Impacto do comunicado

O mercado financeiro foi fortemente impactado pela nota do banco chinês. O bitcoin, principal criptomoeda em circulação no mundo, caiu de 44 mil para 32 mil dólares  últimas 24 horas. A queda pode ser aplicada à quebra na mineração de bitcoins, que ocorre em grande parte no território da China. 

A nova queda do bitcoin soma-se às recentes baixas da moeda na última semana, após o bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, afirmar que a empresa automotiva deve deixar de aceitar pagamentos em bitcoins e levantar a possibilidade de vender todos os ativos da Tesla na criptomoeda.

Ether, por sua vez, caiu quase 30% na manhã desta quarta (19) e o Dogecoin, que vem apresentado altas consecutivas, perdeu quase 26%. Como consequência, as plataformas de negociação da Cyrpto Coinbase (COIN) e Coindesk sofreram interrupções como resultado da liquidação.

Com informações de Olhar Digital



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