Com inteligência artificial, máquinas vão ?esmagar? a humanidade

Com a inteligência artificial, em uma batalha não muito distante entre robôs e humanos no campo intelectual, as máquinas irão "esmagar? a humanidade. A previsão assustadora foi feita Daniel Kahneman, vencedor do prêmio Nobel de Economia de 2002. O economista concedeu entrevista sobre seu novo livro "Noise: Uma falha no julgamento humano?.

Segundo Kahneman na entrevista ao The Guardian, a maneira "como as pessoas vão se ajustar a isso é um problema fascinante?, avaliou.

Quem é Daniel Kahneman

Nascido em Tel Aviv, Israel, em 1934, Daniel Kahneman é um dos precursores da chamada economia comportamental. Graduado em Psicologia e Matemática na Universidade Hebraica, em Jerusalém, fez doutorado em Psicologia na Universidade da Califórnia (UCLA). Além da universidade na qual concluiu as duas graduações, Kahneman deu aulas também em Harvard e atuou como pesquisador na Universidade de Michigan. 

Seu prêmio Nobel veio de uma pesquisa pioneira na chamada "teoria da perspectiva? que o colocou em grande destaque na área de economia comportamental. Essa linha de pesquisa busca explicar como as pessoas racionalizam a diferença entre seus ganhos e suas perdas em investimentos de forma qualificada sobre as motivações de suas escolhas e sua disposição sobre os riscos. 

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Despreparo da humanidade diante da inteligência artificial

Para o economista israelense, a humanidade estaria despreparada para a forma como a inteligência artificial irá penetrar no mundo a médio prazo. O motivo seria a diferença entre a forma de desenvolver as duas diferentes inteligências. Segundo Kahneman, a resposta está na matemática: a mente humana se desenvolve de forma linear, enquanto a inteligência artificial faz isso de forma exponencial. O economista ainda explica que quando as pessoas, lineares, se deparam com uma mudança exponencial, elas "não são capazes de se adaptar a isso com muita facilidade?.

"Fenômenos exponenciais são quase impossíveis de entender. Temos muita experiência em um mundo mais ou menos linear. E se as coisas estão acelerando, geralmente estão acelerando dentro do razoável. A mudança exponencial é realmente outra coisa. Não estamos equipados para isso. Leva muito tempo para educar a intuição?

Daniel Kahneman

Uma evidência disso, segundo o economista, é a forma como a humanidade lidou com a pandemia da Covid-19. Para Kahneman, essa situação mostrou como a mente humana é despreparada para fazer matemática básica, e como diante de um vírus capaz de se replicar em progressão geométrica, a situação saiu facilmente do controle.

Atual inserção da inteligência artificial 

Quando falamos em inteligência artificial, é comum que o conceito pareça, para grande parte da população, distante e até futurista. Mas o formato já está presente em diversas atividades do nosso dia a dia e em várias áreas já é considerada essencial, como em determinados tipos de diagnósticos médicos.

Para facilitar a compreensão, um dos exemplos mais expressivos é o do funcionamento das redes sociais. O famoso algoritmo que define o que aparece e a ordem em que aparece no feed dos usuários, nada mais é que uma forma de inteligência artificial que cruza e calcula uma série imensa de dados sobre os usuários, analisa o seu comportamento e oferece conteúdo baseado nesses dados. 

Esse "raciocínio? é totalmente artificial e muito preciso. Não é à toa que no documentário da Netflix "O Dilema das Redes?, a inteligência que define os conteúdos seja representada por seres humanos. Só que nesse caso, tratam-se de seres humanos extremamente inteligentes, com acesso total a informações de todos os tipos sem limite de armazenamento e raciocínio preciso, com pouquíssimas falhas.

Substituição

Daniel Kahneman ainda cita as áreas nas quais acredita que os humanos serão substituídos em breve. Uma das apostas é o campo da medicina diagnóstica, aonde já existem determinados tipos de serviços que utilizam a inteligência artificial. A área que mais assusta o pesquisador, porém, são os chamados cargos de liderança. "Uma vez que seja comprovadamente verdade que você pode ter uma IA com, digamos, um julgamento de negócios muito melhor, o que isso fará com a liderança humana??, questiona.

Com informações de Olhar Digital e Quero Investir