Generais reprovam Braga Netto por politizar o Ministério da Defesa
por: Mariane Del Rei
A participação do ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto, na manifestação bolsonarista de sábado (15), em Brasília, em que faixas pediam intervenção militar, não foi bem recebida por muitos de seus colegas de patente. Cinco generais da reserva consideraram o fato como politização inadequada da pasta, segundo a coluna de Chico Alves, do Uol.
O ato foi organizado por empresários do agronegócio e lideranças evangélicas em apoio ao presidente da República. Um dos lemas dos manifestantes era a frase "eu autorizo o presidente Bolsonaro?, que representava a resposta a uma das várias ameaças do presidente de usar as Forças Armadas para atuar contra medidas restritivas de governadores e prefeitos, desde que o "povo? autorizasse.
Braga Netto circulou sorridente entre os manifestantes, esteve no palanque ao lado de Bolsonaro e chegou a usar o microfone. "O agro é a força desse país. As Forças Armadas estão para proteger os senhores?, bradou o ministro.
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Santos Cruz critica Braga Netto
O General Santos Cruz declarou ao colunista, que as Forças Armadas não são instrumentos de intimidação ou de pressão política. "As Forças Armadas não são ferramentas a utilizar em disputas partidárias e em projetos de poder pessoal, de grupos e de partidos políticos?, ressaltou.
"Eu penso que o Ministério da Defesa tem uma posição muito especial no contexto dos ministérios e que não é conveniente a manifestação em eventos de caráter político. Claro que ministro é um cargo de natureza política, mas o ministério não pode ser politizado. E muito menos passar a ideia de politização dos seus componentes, as Forças Armadas, que são instituições de Estado e não de governo?.
General Santos Cruz
Santos Cruz ainda falou que "manifestações populares de apoio ou de oposição política são normais, válidas e importantes. No entanto, qualquer atitude, seja de quem for, que passe a percepção de envolvimento das Forças Armadas, da instituição, com as manifestações (seja de apoio ou de reprovação), é nociva ao andamento institucional?.
"Até Bolsonaro tem limites?, diz Paulo Chagas
Já para o General Paulo Chagas, a atitude foi "um absurdo, mesmo considerando que se trata de um cargo político e não militar. O ministro da Defesa não é comandante das Forças Armadas, mas Braga Netto, aparentemente, pensa que é?, declarou.
"Bolsonaro é o comandante supremo, mas até ele tem limites e limitações de mando. Aquela simplificação de que ?um manda e o outro obedece? só serve para a relação entre o Pazuello e o Bolsonaro. Para as Forças o que vale é a legitimidade e a legalidade. Intervenção militar não é nem uma coisa nem outra?.
General Paulo Chagas
Com informações do Uol
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