Instituto Pensar - Tianwen-1, missão chinesa à Marte, pousa nave com sucesso

Tianwen-1, missão chinesa à Marte, pousa nave com sucesso

por: Vitoria Carvalho 


A China realizou um feito inédito e histórico: pousou em segurança a nave que carrega o rover Zhurong em Marte. O gigante asiático é o terceiro país a chegar ao planeta vermelho. A empreitada foi confirmada pela Agência Espacial Chinesa (CNSA) no sábado (15) .

O rover Zhurong faz parte da missão Tianwen-1 que teve início em julho de 2020, quando decolou do centro de lançamento de foguetes. A empreitada chegou à órbita de Marte em fevereiro de 2021, dias antes do rover estadunidense Perseverance.

Antes da China, os Estados Unidos foi a segunda nação a chegar à Marte. Em primeiro lugar está a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) que teve sucesso com a missão Mars 3 em 1971.

Missão chinesa à Marte pousou em Utopia Planitia

Zhurong, que faz referência a um "deus do fogo? na cultura chinesa, pousou na região chamada de Utopia Planitia, localizada no hemisfério norte e com um bioma que pode ter sido um mar ou um lago há bilhões de anos.

O rover Zhurong conta com câmeras frontal e multiespectral, além de radar para exploração do subsolo, detectores de campo magnético, análise de superfície e monitor meteorológico ? sendo movido por energia solar. Ele deve iniciar o desembarque completo nos próximos dias. Tudo que será analisado pelo rover levará cerca de 20 minutos para chegar ao centro dedicado na China, segundo a CNSA,

Nova versão da corrida espacial de olho em Marte

O relatório "Avaliação Anual de Ameaças da Comunidade de Inteligência dos EUA? divulgado pelo escritório do diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, a CIA, afirma que a Estação Espacial Chinesa representa uma ameaça à segurança nacional daquele país.

De acordo com documento, a China pretende lançar uma estação espacial em órbita baixa da Terra a fim de "obter os benefícios militares, econômicos e de prestígio que Washington acumulou com a liderança espacial?.

O desenvolvimento de espaçonaves que podem interceptar e capturar satélites dos EUA e/ou lasers baseados na Terra que podem interrompê-los também foi citado no documento: "Pequim continua a treinar elementos espaciais militares e a colocar em campo novas armas antissatélites terrestres e espaciais destrutivas e não destrutivas Sistema Autenticador e Transmissor de Cupons Fiscais Eletrônicos (ASAT)?.

"A China já lançou mísseis ASAT baseados em terra destinados a destruir satélites em LEO (Low-Earth Orbit ? órbita baixa da Terra) e lasers ASAT baseados em terra provavelmente destinados a cegar ou danificar sensores ópticos baseados no espaço sensíveis em satélites LEO?
Relatório Avaliação Anual de Ameaças da Comunidade de Inteligência dos EUA

Estação Espacial Chinesa

A China lançou com sucesso na madrugada do dia 29 de abril deste ano o Tianhe-1, primeiro módulo da futura estação espacial. Um foguete Longa Marcha 5B decolou do centro espacial de Wenchang, na ilha de Hainan, para colocar em órbita o "núcleo? da estação, que tem 16,6 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro.

Serão necessárias 11 missões para concluir a construção da estação até 2022, com quatro missões tripuladas, quatro missões de carga e o lançamento de três módulos. Quando completada a estação, batizada de Tiangong, terá vida útil de 10 anos, que poderá ser estendida a até 15 anos com upgrades futuros.

A primeira missão tripulada acontecerá em junho deste ano, com três "taikonautas? (o termo chinês para astronautas) que ficarão a bordo por três meses, durante os quais serão realizadas tarefas de manutenção e teste dos sistemas de suporte de vida.

Além de Tianhe-1, a estação receberá outros dois módulos, que quando conectados lhe darão a forma de um T: são eles o Wentian ("busca pelos céus?) e Mengtian ("sonhando com os céus?). Wentian e Tianhe tem braços robóticos para manipulação de componentes externos, e Mengtian tem uma câmara de descompressão para acesso ao exterior da estação.

Sem competições

A Tiangong será bem menor que a Estação Espacial Internacional (ISS), com um quarto de sua massa. "Não temos a intenção de competir com a ISS em termos de escala?, disse Gu Yidong, cientista-chefe do programa espacial chinês. O objetivo da estrutura do gigante asiático é suprir as necessidades científicas do país.

A estação terá espaço reservado para experimentos internacionais em microgravidade. Seis projetos já foram aprovados, e um com estudo sobre os efeitos da microgravidade em tumores cancerígenos, que será conduzido por pesquisadores da Noruega, Holanda, Bélgica e França.

Esta será a terceira estação espacial chinesa. A Tiangong-1 foi lançada em setembro de 2011 e ocupada por duas tripulações de três taikonautas cada nas missões Shenzou 9 (junho de 2012) e Shenzou 10 (junho de 2013). A estação reentrou nossa atmosfera em abril de 2018. A maioria dos componentes queimou na rentrada, e o restante caiu no Oceano Pacífico.

Já a Tiangong-2 foi lançada em setembro de 2016 e projetada para sustentar dois taikonautas numa missão de até 30 dias, o que aconteceu durante a missão Shenzou 11. A estação foi deorbitada em julho de 2019, e queimou na reentrada sobre o Oceano Pacífico.

Com informações de TecMundo e Olhar Digital



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