Instituto Pensar - Socialistas cobram Salles sobre política ambiental brasileira

Socialistas cobram Salles sobre política ambiental brasileira

por: Mariane Del Rei 


Em audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, ministro Ricardo Salles pede dinheiro de emendas parlamentares para fiscalização. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participou nesta segunda-feira (3) de sessão da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Salles apontou a redução gradual dos recursos repassados à pasta, desde 2014, como principais razões para a escalada do desmatamento e das queimadas no país, sobretudo na Amazônia. A declaração do responsável pela política ambiental de Jair Bolsonaro (sem partido) foi duramente criticada por parlamentares da oposição, inclusive socialistas.

Socialistas rebatem justificativas de Salles 

O argumento do ministro foi rebatido pelo líder da Oposição, deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).

"O orçamento do senhor é o pior dos últimos 21 anos. O senhor tem que parar de apontar o dedo para os outros e responder por aquilo que é sua responsabilidade. O senhor se deu ao direito de começar a sua exposição dizendo que a culpa de o senhor ter pouco dinheiro é nossa, dos deputados, que não fazem emendas para sua pasta. Quer dizer, o senhor está sempre transferindo as suas responsabilidades. Isso é um absurdo completo. [?] a maioria dos meus colegas não faz porque não acredita que o senhor não vai aplicar como deve.?
Alessandro Molon

O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP), autor do requerimento que convidou o ministro, também expressou repúdio às declarações de Salles. O ministro foi à sessão a convite de Capiberibe.

O deputado Rodrigo Agostinho (PDB-SP), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista destacou que a gestão de Salles é responsável por um "ciclo desastroso?.

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Salles cobra empenho para aprovar emendas

Salles cobrar empenho dos deputados em aprovarem emendas parlamentares e destinarem recursos ao ministério. "[Outro fator] diz respeito ao Parlamento, as emendas aprovadas ao orçamento no ano de 2021. As emendas como um todo, destinadas ao Ministério da Saúde, foram 2.831, que somam R$ 9 bilhões. [?] Para o Meio Ambiente, foram 96 emendas [?]. Quanto somam essas emendas? R$ 62 milhões. Ou seja, ela é [?] 160x menor do que foi destinado à Saúde?, enfatizou.

Salles jogou a responsabilidade da desastrosa política ambiental para o parlamento. "Uma parte da composição orçamentária poderia ser feita, inclusive, por muitos dos que acusam o governo federal de terem fragilizado o orçamento. Eles não destinaram emendas à área do Meio Ambiente, destinaram a outras áreas. Então, fica aqui uma reflexão nesse sentido?, alfinetou.

Desmatamento e queimadas

Quanto ao desmatamento desenfreado do governo Bolsonaro, , Salles destacou que "nem de longe 2020 foi recorde de desmatamento no Brasil?. O que não é verdade e ignora dados como o alarmante índice de desmatamento na região amazônica que, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), alcançou no ano de 2020 a área de 11.088 Km², a maior em 12 anos.

Salles disse que o fogo que consumiu boa parte da vegetação brasileira, sobretudo o cerrado e a Amazônia, se deveu ao clima seco e ausência de práticas preventivas. Na realidade, em seus dois primeiros anos de governo, Bolsonaro e seu ministro promoveram um processo de desmonte e esvaziamento dos órgãos responsáveis por cuidar do meio ambiente e das questões indígena e agrária.

Como resultado, paralisia generalizada, embates internos, retrocessos, um ministro sob constante pressão para ser substituído e uma coleção de números negativos, o que, entre outras consequências, resultou em uma forte degradação da imagem do país no exterior

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Com informações do Metrópoles, R7 e CNN Brasil




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