Instituto Pensar - Covid-19: Brasil ultrapassa 477 mil mortes desde o início da pandemia

Covid-19: Brasil ultrapassa 477 mil mortes desde o início da pandemia

por: Laura Moschoutis 


477.755 pessoas perderam a vida para a Covid 19 desde o início da pandemia. Foto: Michael Dantas

O Brasil registrou no domingo (2) 1.210 mortes por Covid-19 em 24 horas. O país completou 47 dias com a média móvel de óbitos acima dos 2 mil mortos por dia. O maior número de mortes da última semana foi registrado na quinta (29) e sexta-feira (30). O valor é o mesmo nos dois dias, 2.523 óbitos. 

O número, contabilizado a partir das 20 horas de sábado (1), faz parte do levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia no Brasil. Com a soma, o país ultrapassa os 477.775 óbitos.

No ano passado, o pior período da primeira onda da Covid-19 registrou 31 dias seguidos de média móvel acima da marca de 1 mil. O recorde, na época, foi de 1.097 óbitos por dia, média registrada em 25 de julho.

O Brasil conta hoje com apenas 90 cidades sem registro de óbito por Covid-19. Esse número equivale a 1,6% dos municípios brasileiros. Todos tem população de até 11 mil habitantes, e estão localizados no interior de 12 estados. Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Tocantins têm os maiores percentuais de cidades sem mortes. 

Vacinação segue em ritmo lento

Segundo os dados divulgados neste domingo pelo balanço da vacinação, 31.875.681 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19. O número, apesar de parecer alto, representa apenas 15,05% da população brasileira. No total, 47.745.666 doses foram aplicadas em todo o país. A preocupação dos cientistas é de que o surgimento de novas cepas do vírus seja agravado. 

Segundo o epidemiologista Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o Brasil só terá condições de sair do ciclo de infecções e morte se adotar um lockdown sério por pelo menos três semanas e acelerar as vacinações para 1,5 milhão de doses por dia.

"É a combinação das duas medidas (vacinação expressiva e lockdown) que poderá dar um respiro aos sistemas de saúde, ainda sobrecarregados pelo elevado número de internações, especialmente de doentes mais jovens.?
Pedro Hallal

Como complicador da situação, está o fato de que, no momento, nove capitais suspenderam a segunda dose da vacina e mais sete apontam estoque baixo dos imunizantes. O problema teria sido criado pela mudança frequente de orientações sobre as vacinas contra a Covid 19 pelo Ministério da Saúde.

Em fevereiro, o então ministro da saúde, Eduardo Pazuello, orientou os municípios a usarem todo o estoque da vacina. Dias depois, porém, pediu que as prefeituras reservaram a segunda dose. No mês seguinte, a orientação foi de que as cidades utilizassem o estoque de segundas doses como primeira. 

Novos imunizantes disponíveis 

Aproximadamente 11 milhões de novas vacinas contra o coronavírus estão à disposição nesse início de semana. Cerca de 7 milhões chegaram ainda na sexta-feira (30), produzidas na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Instituto Butantan. Outro lote, de 4 milhões, aterrissou no país no fim de semana, enviado pelo consórcio global Covax Falicity.

Com as novas vacinas, é possível que o governo federal consiga pelo menos atingir o ritmo considerado ideal citado por Hallal. O país precisaria aplicar ainda nesse semestre 1,5 milhão de doses por dia para garantir a proteção completa do grupo prioritário, formado por 80,5 milhões de pessoas. 

A informação, apesar de positiva, deve ser complementada com o dado preocupante de que a atual remessa duraria apenas 10 dias. Seria, então, necessário que outras remessas de mesma expressão fossem disponibilizadas continuamente para que o país possa retomar e alcançar um ritmo mais próximo do ideal de vacinação. 

O lockdown, apontado por Hallal como necessário para garantir a imunização segura e eficaz, não está na agenda do dia do governo federal. 

Com informações do Uol




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