Instituto Pensar - Socialistas criticam banquete de Jair Bolsonaro com parte da elite

Socialistas criticam banquete de Jair Bolsonaro com parte da elite

por: Igor Tarcízio 


Foto: Reprodução

Parlamentares socialistas criticaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por promover um jantar com integrantes da elite brasileira no mesmo dia em que o Brasil registrou mais 340 mil mortos pelo coronavírus. O banquete com empresários ocorreu na quarta-feira (7) e promoveu aglomeração e rendeu mais uma vez críticas do chefe do Executivo à política de fechamento do comércio e de indústrias como medida preventiva contra a Covid-19.

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Socialistas criticam banquete

O presidente estadual do PSB na Paraíba e deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB) declarou que, em meio a crise sanitária e econômica causada pela Covid-19, Bolsonaro "desdenha da gravidade da pandemia, tira férias, promove jantar e ignora as mais de 4 mil mortes diárias e o sofrimento do povo?.

Na tentativa de se reaproximar de ao menos uma parte do empresariado brasileiro, Bolsonaro criticou governadores que adotam iniciativas indicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no combate à pandemia. O socialista Milton Coelho comentou o descaso do presidente.

"No dia que o Brasil bateu recorde mundial de mortos, [empresários] ganharam direito de comprar vacina e foram se refestelar em lauto banquete com Bolsonaro?, escreveu o deputado federal Milton Coelho (PSB-PE).

O jantar com promessas de afagos à elite econômica do país ocorreu em meio aos mais de 14 milhões de brasileiros desempregados, à alta da inflação, à demora do governo na liberação de recursos para os brasileiros mais afetados pela crise e à interrupção de programas de fomento para micro e pequenas empresas, abandonados desde o fim da calamidade pública, em dezembro.

Empresários e devedores

Das várias empresas que participaram da reunião com Bolsonaro, cinco devem um total de R$ 186,4 milhões à União. O SBT, representado pelo CEO José Roberto Maciel, deve R$ 97,2 milhões, segundo registros da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Cosan, cujo fundador e presidente do conselho de administração é Rubens Ometto, tem R$ 46,3 milhões em dívidas previdenciárias nessa lista. Outra companhia inscrita na dívida ativa da União é o Banco Inter, fundado por Rubens Menin, que deve R$ 36,6 milhões.

Habib?s, representado no jantar por Alberto Saraiva, fundador e CEO, possui R$ 5,9 milhões em dívidas previdenciárias. O Bradesco, onde Luiz Carlos Trabuco Cappi é presidente do conselho de administração, tem R$ 400 mil pendentes de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Controvérsia

O jantar entre o mandatário e um grupo de empresários também causou controvérsia no setor. Segundo o Correio Braziliense, dirigentes influentes reclamaram de que Bolsonaro selecionou apenas os que acenam ao governo e, portanto, a reunião não significa apoio da elite econômica do país ao Executivo, muito menos pode servir como termômetro para sua popularidade no meio.

No mês passado, o descontentamento com a atuação do chefe do Executivo na pandemia foi explicitado em uma carta assinada por banqueiros, empresários e economistas. Mais de 500 deles pediram mais eficácia do Planalto nas ações de enfrentamento à crise sanitária. Os que endossaram a mensagem ficaram fora do jantar.



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