Inteligência Artificial no centro da disputa pela hegemonia geopolítica
por: Iara Vidal
Há um novo contexto global sendo construído que foi acelerado pela pandemia da Covid-19. Esse "novo mundo? traz uma realidade cada vez subjetiva, orientada por novos fluxos de informação, transição de poder para grupos privados, sistemas de identidade digitais, pensamento coletivo e monitoramento constante de nossos atos e dados. Duas potências globais se destacam nesse cenário: os Estados Unidos da América (EUA) e a China.
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Tanto EUA quanto China têm investido no desenvolvimento de um dos principais ativos dessa nova era: a Inteligência Artificial (IA). O mundo tem nove empresas construindo o futuro da IA, seis são estadunidenses: Facebook, Apple, Amazon, IBM, Google e Microsoft; e três são chinesas: Tencent, Baidu e Alibaba. Os dois países optaram por caminhos diferentes para o próximo passo dessa tecnologia.
Inteligência Artificial para manter ordem social
A China tem acesso irrestrito aos dados de todos os cidadãos. Se um chinês quer acesso à internet precisa se submeter a reconhecimento facial. Todos os dados são usados para permitir ou proibir que façam uma coisa ou outra. Construir sistemas que identifiquem e classifiquem as pessoas que vivem na China é uma boa forma de manter a ordem social.
Em 2020, o governo chinês implementou o sistema de crédito social no país. Cada cidadão é avaliado de acordo com seu comportamento social para definir uma pontuação que estabeleça uma série de punições ou recompensas.
O sistema chinês é comumente classificado como "Big Brother? e como uma expressão autoritária do comunismo do gigante asiático pelas democracias liberais. Na realidade, todos estamos sendo pontuados o tempo todo e diariamente enfrentamos as determinações de algum algoritmo.
É o que avalia a futurista estadunidense Amy Webb, autora, fundadora e CEO do Future Today Institute. Ela comenta que é comum que ao se deparar com o sistema de vigilância e escore da China, muitas pessoas digam: "Ainda bem que não vivemos lá?.
Amy afirma que o "Big Brother? é universal e além da China. Todos estão sendo pontuados o tempo todo, inclusive nos EUA. Diariamente as pessoas lutam contra o determinismo algorítmico.
"Algum algoritmo ou alguém te deu um escore e, como resultado, você paga mais ou menos por um produto comprado online. Recebe propostas de hipotecas melhores ou piores. É mais ou menos provável que você seja classificado como criminoso em algum banco de dados por aí. Todos estamos sendo pontuados.A principal diferença entre os EUA e a China é que a China é transparente.?
Amy Webb
Ultrarricos da tecnologia ainda mais ricos
A lista dos Bilionários do Mundo da Forbes de 2021 mostra que a tecnologia foi fator-chave para aumentar as riquezas de quem já é muito rico em plena pandemia da Covid-19. Os mercados de ações se recuperaram desde o início da crise sanitária e ajudaram a impulsionar as fortunas dos bilionários do mundo para recordes. Mas nenhum grupo de ultrarricos se beneficiou tanto como os bilionários da tecnologia ? que somam US$ 2,5 trilhões, um aumento de cerca de 80% em relação aos US$ 1,4 trilhão do ano passado.
Este ano, a Forbes encontrou 365 bilionários com fortunas em tecnologia, contra 241 no ano passado. Essa é a indústria com o segundo maior número de bilionários depois de finanças e investimentos ? com 371. Mas a fortuna total de seus ultrarricos excede em muito a de qualquer outro setor. Em patrimônio líquido coletivo, os US$ 2,5 trilhões de bilionários de tecnologia superam o total de US$ 1,7 trilhão para moda e varejo e de US$ 1,5 trilhão para fortunas de finanças e investimentos.
Um dos principais motivos para o domínio da tecnologia vem da natureza da lista. Os 20 mais ricos de tecnologia sozinhos valem juntos US$ 1,2 trilhão, quase 50% do patrimônio líquido total de todos os bilionários em sua indústria. E esses magnatas são responsáveis ??por 8 das 20 pessoas mais ricas do mundo, incluindo 6 das 10 maiores.
Embora os Estados Unidos ainda sejam o lar da maioria dos bilionários mais ricos da tecnologia, o setor de internet em rápido crescimento da China impulsionou uma nova geração de magnatas do setor para o topo. Dos 20 mais ricos em tecnologia, nove vêm da China, ante seis em 2020.
Com informações da Forbes
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