Instituto Pensar - Mais de mil municípios correm risco de ficar sem oxigênio

Mais de mil municípios correm risco de ficar sem oxigênio

por: Igor Tarcízio 


O total de municípios pode ser ainda maior, segundo o órgão, uma vez que apenas uma parte deles respondeu ao questionário do levantamento (Imagem: Reprodução)

Mais de mil municípios podem ficar sem cilindros de oxigênio nos próximos dias caso o número de pacientes de Covid-19 seguir em alta e houver novos entraves junto a fornecedores. O alerta é do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), que reúne secretários municipais de Saúde. Segundo o levantamento feito pela entidade, ao menos 1.068 municípios alertaram sobre queda do estoque de cilindros de oxigênio.

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, o total de municípios pode ser ainda maior. Segundo o Conasems, apenas uma parte das cidades respondeu ao questionário do levantamento, que começou a ser realizado na segunda quinzena de março e foi terminado na última terça-feira (6).

Outro dado preocupante é a dependência dos municípios dos cilindros de oxigênio, que são mais difíceis de serem fornecidos. Esta é a principal estrutura de armazenamento de 87% das cidades. A maior delas também relatou que não consegue comprar por conta própria os cilindros. O principal problema relatado é a dificuldade de entrega pelo fornecedor.

Kit intubação

Em um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) na última semana foi apontado que 44,7% das cidades brasileiras podem ficar sem medicamentos do chamado "kit intubação? ainda nesta semana. Ou seja, dos 5.568 municípios, ao menos 1.141 está em situação crítica no pior momento da pandemia.

A coleta dos dados foi feita entre os dias 29 a 31 de março e 2.553 responderam ao questionário (45,9%). Outros 7,1% dos ouvidos no levantamento não deram respostas especificamente sobre este ponto questionado.

Nessa quarta-feira (31), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que cabe ao município adquirir os medicamentos usados na intubação de pacientes, mas por conta da situação vivida no país é importante a participação da pasta para conduzir essa política. Segundo o ministro, estão sendo feitas negociações com a indústria nacional e internacional.

Hospitais com recursos para uma semana

Com UTIs públicas e privadas lotadas, sete em cada dez hospitais de excelência do país enfrentam problemas com abastecimento de oxigênio e anestésicos para tratar pacientes com o coronavírus e correm o risco de ver seus estoques acabarem nos próximos dias.

A constatação é de um levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) com 88 instituições de ponta de todas as regiões do país, feito na terça (6). Cerca de 75% delas dizem que só têm o abastecimento garantido por uma semana ou menos. A situação também está crítica nos hospitais públicos.

Em relação ao oxigênio, 11 hospitais dizem que possuem o suprimento para menos de cinco dias. Eles estão localizados em São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Blumenau (SC), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB) e Belém (PA).

Quanto aos anestésicos, a situação é ainda pior: 23 hospitais relatam que estarão com os estoques zerados até a próxima sexta. Além das cidades acima, instituições de Atibaia (SP), Bento Gonçalves (RS), Brasília (DF), Niterói (RJ), Cariacica (ES), Serra (ES) e Ipatinga (MG) enfrentam o problema.

Quanto ao "kit intubação?, conjunto de anestésicos, sedativos e bloqueadores musculares, 27 hospitais afirmam que vivem uma situação crítica, com os medicamentos também acabando nesta semana. Só 17% dos hospitais dizem ter reserva para mais de duas semanas.

Manaus

Em dezembro, Manaus viveu o drama do desabastecimento de oxigênio. Após um pico de internações pela Covid-19, a cidade teve que transferir diversos pacientes para outros estados devido à falta do insumo.

Com o aumento de casos em todo o país a demanda por este insumo tem crescimento. Segundo a White Martins, principal produtora no Brasil, só nas duas primeiras semanas de março, o consumo de oxigênio aumentou em 56%. A empresa disse que todas as unidades estão operando 24 horas por dia para a produção do insumo.

Covid-19 no Brasil

O Brasil registrou 3.829 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com números atualizados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (7).

Coronavírus em números:

  • 3.829 óbitos nas últimas 24 horas;
  • 92.625 casos confirmados nas últimas 24 horas;
  • 340.776 mortes;
  • 13.193.205 casos confirmados;
  • 11.664.158 casos recuperados.



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