Covid-19: 1/3 dos sobreviventes do vírus ficam com distúrbios neurológicos ou mentais
por: Igor Tarcízio
Um em cada três dos sobreviventes da Covid-19 demonstra desordens neurológicas ou mentais, relatou nesta terça-feira (6) o portal EurekAlert. O estudo, que foi publicado na revista The Lancet Psychiatry, analisou 236.379 pacientes que se infectaram com o coronavírus, principalmente nos Estados Unidos, e descobriu que 34% deles foram diagnosticados com doenças neurológicas ou psiquiátricas em um espaço de seis meses.
Os pesquisadores que conduziram a análise disseram que não estava claro como o vírus estava ligado a condições psiquiátricas como ansiedade e depressão, mas que esses eram os diagnósticos mais comuns entre os 14 distúrbios que examinaram.
Os casos pós-Covid de AVC, demência e outros distúrbios neurológicos eram mais raros, disseram os pesquisadores, mas ainda eram significativos, especialmente naqueles que tiveram Covid-19 grave.
"Nossos resultados indicam que doenças cerebrais e distúrbios psiquiátricos são mais comuns após Covid-19 do que após gripe ou outras infecções respiratórias?, disse Max Taquet, coautor do estudo e psiquiatra da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O estudo não foi capaz de determinar os mecanismos biológicos ou psicológicos envolvidos, disse ele, mas são necessárias pesquisas urgentes para identificá-los "com vistas a preveni-los ou tratá-los?.
Preocupação e riscos
Os especialistas em saúde estão cada vez mais preocupados com as evidências de maiores riscos de transtornos mentais e cerebrais entre os sobreviventes da Covid-19. Um estudo anterior realizado pelos mesmos pesquisadores descobriu no ano passado que 20% dos sobreviventes do coronavírus foram diagnosticados com transtorno psiquiátrico até três meses depois de terem contraído a doença.
Os distúrbios foram significativamente mais comuns em pacientes com Covid-19 do que em grupos de comparação de pessoas que se recuperaram de gripe ou outras infecções respiratórias no mesmo período, disseram os cientistas, sugerindo que o vírus teve um impacto específico.
Ansiedade, com 17%, e transtornos do humor, com 14%, foram os mais comuns e não parecem estar relacionados ao quão leve ou grave foi a infecção por Covid-19 do paciente.
Entre aqueles que foram internados em terapia intensiva com Covid-19 grave, no entanto, 7% tiveram um acidente vascular cerebral em seis meses, e quase 2% foram diagnosticados com demência.
"Embora os riscos individuais para a maioria dos distúrbios sejam pequenos, o efeito em toda a população pode ser substancial?, disse Paul Harrison, professor de psiquiatria de Oxford que também co-liderou o trabalho.
CoronaVac
Uma pesquisa realizada pelo grupo Vebra Covid-19 junto aos trabalhadores de saúde de Manaus (AM), onde a variante P.1 é predominante, indicou que a vacina CoronaVac tem 50% de efetividade após 14 dias da primeira dose.
O resultado do estudo foi divulgado nesta quarta-feira (7) pela Folha de S. Paulo. Os pesquisadores analisaram 67.718 trabalhadores de saúde que receberam a primeira dose do imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac e vivem e trabalham em Manaus, justamente porque a nova cepa do vírus se tornou predominante na capital amazonense.
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A pesquisa agora está coletando os dados relativos à efetividade depois de 14 dias da segunda dose, e deverá divulgar os resultados nas próximas semanas. O infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda, que coordena o estudo, disse à Folha que os "resultados são encorajadores?.
O estudo de efetividade vacinal avalia o impacto real da vacinação na redução de casos, mortalidade e hospitalizações por uma determinada doença, e é diferente de eficácia, que é a capacidade do imunizante prevenir a enfermidade.
Covid-19 no Brasil
O Brasil registrou 4.195 novas mortes pelo coronavírus e 86.979 novos casos da doença nesta terça-feira (6). Com isso, o país chegou a 336.947 óbitos e a 13.100.580 de pessoas infectadas pela Covid-19. De acordo com os dados coletados e divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a taxa de letalidade do vírus no Brasil é de 2,6%.
?A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 2.757. Já a média móvel de casos é de 63.210.
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