Desigualdade: enquanto fome retorna, número de bilionários cresce

Durante a pandemia da Covid-19, o Brasil registrou dois índices que mostram o crescimento da desigualdade social. Enquanto o número de bilionários saltou de 45 para 65, entre 2020 e 2021, o país atingiu a marca de 19,1 milhões de famintos no fim do ano passado, o equivalente a 9% da população ? a maior taxa desde 2004, quando este número chegou a 9,5%.

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Desigualdade piorou com a Covid-19

Os dados sobre bilionários fazem parte do ranking anual da revista Forbes, divulgado nesta terça-feira (6). Os números sobre famintos são resultado de pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, divulgada na segunda (5). O mesmo levantamento apontou que 116,8 milhões de brasileiros conviveram com algum grau de insegurança alimentar até o fim de 2020.

A pesquisa sobre a condição alimentar do brasileiro foi realizada no terceiro trimestre de 2020, no período em que o governo federal reduziu o auxílio emergencial para uma faixa entre R$ 300 e R$ 600 por domicílio.

A divulgação dos dados da Forbes ocorreu no mesmo dia em que o governo brasileiro retomou o pagamento do auxílio emergencial. Os valores oferecidos diminuíram em relação ao início da pandemia.

No primeiro semestre do ano passado, o benefício variou entre R$ 600 e R$ 1.200 por domicílio. Agora, o valor será entre R$ 150 a R$ 375. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o piso entre os valores atuais só é suficiente para comprar 23% da cesta básica em São Paulo.

Explosão de bilionários

O ranking anual da Forbes mostra que, apesar de toda a crise econômica em meio à pandemia do coronavírus, o número de bilionários aumentou de forma expressiva. Foram 493 novos integrantes do grupo que possui patrimônio acima de R$ 1 bilhão, ou seja, um novo bilionário a cada 17 horas.

Em todo o mundo, a riqueza desse grupo aumentou de US$ 8 trilhões para US$ 13,1 trilhões, entre 2020 e 2021. O planeta tem atualmente 2.755 pessoas nesse patamar. No Brasil, o aumento patrimonial dos 65 bilionários foi de 72% (de US$ 127,1 para US$ 219,1 bilhões).

Com informações do Blog do Sakamoto