Covid-19: Brasil registra 100 mil novas infecções e mortos chegam a 303 mil
por: Nathalia Bignon
O Brasil voltou registrar um novo pico de casos da Covid-19 nesta quinta-feira (25), indicando que o país está longe de conter a pandemia. No fim do dia, o Ministério da Saúde confirmou mais 100.736 casos da doença, o maior número já registrado em 24 horas ? superando o dia 17 de março, quando o número chegou a 90.830 ?, e agora o país contabiliza 12.320.169 infectados. São 303.462 vidas perdidas, a partir do acréscimo de 2.787 novas mortes em relação ao dia anterior, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Em todo o mundo, apenas França e os Estados Unidos já registraram mais de 100 mil casos em um só dia, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 144,4 no Brasil, a 18ª mais alta do mundo, quando desconsiderados os países nanicos San Marino, Liechtenstein e Andorra.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 30 milhões de casos. É também o segundo em número absoluto de mortos, já que mais de 545 mil pessoas morreram nos EUA. Ao todo, mais de 125 milhões de pessoas já contraíram oficialmente o coronavírus no mundo, e 2,74 milhões de pacientes morreram em decorrência da doença.
Brasil no epicentro da pandemia
Epicentro da crise sanitária causada pela Covid-19 e símbolo do negacionismo em todo o planeta, na quarta-feira (24) o Brasil alcançou a marca das 300 mil vidas perdidas. O número, que representa 100 vezes o número de óbitos registrados em tragédias como no atentado ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, consolida o colapso da saúde do país e atesta o fracasso da gestão conduzida por Jair Bolsonaro (sem partido).
O Brasil também atingiu a marca assombrosa um dia depois de registrar, pela primeira vez, mais de 3 mil mortes em apenas 24 horas, ao mesmo tempo em que secretarias de saúde estaduais e municipais reportam recordes diários de mortes, sistemas de saúde em colapso, alto ritmo de contágio, novas variantes do vírus e lentidão no plano nacional de vacinação, além da iminência do caos funerário, por falta de covas para enterrar as vítimas da crise sanitária.
6 mil pessoas à espera de leitos
Ainda de acordo com dados do Conass, reproduzidos pelo Jornal Nacional, 6.370 brasileiros diagnosticados com a Covid-19 estavam, nesta quinta-feira (25), à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no país. O número, novamente, dá uma dimensão do impacto nos estados: em São Paulo, são 1.500 pessoas na fila. Em Minas Gerais, quase 714 pessoas. No Rio de Janeiro, 582 e, no Paraná, 501.
O presidente do Conass, Carlos Lula, diz que a situação é dramática e representa um colapso no sistema. E que essa situação vai fazer o número de mortes diárias crescer muito rapidamente.
"Hoje, mais de 6 mil pacientes esperando leito de UTI. Isso significa o colapso do sistema de saúde, isso significa que a gente chegou ao limite. É imaginar que a gente não deve ter mais do que 20 mil pessoas internadas, isso significa pelo menos um terço de pessoas, um terço do total de leitos disponíveis hoje aguarda fora de um leito de UTI uma vaga para a unidade de terapia intensiva. Isso vai significar que a gente vai perder pacientes na fila de espera, que não vão ter chance de ter acesso a um leito de uti pra tentar salvar sua vida?, disse Carlos Lula, também secretário de Saúde do Maranhão.
"É a total negação de direitos nesse momento. É assim, é o estado dizendo: olha, eu não tenho mais condição de te ajudar. E a gente não pode admitir isso. É exatamente o contrário do que prega a Constituição que diz que a saúde é um direito de todos e dever do estado, Um dever do estado. É o dever que a gente não tá conseguindo cumprir nesse momento.? ? Carlos Lula
"A situação é urgente e ela exige medidas urgentes. A gente tem pelo menos 5 ou 6 pontos de, pra tomar decisões pra ontem, tanto em relação a oxigênio, tanto em relação a medicação, tanto em relação a compra de testes. Se o ministério não tomar medidas urgentes nas próximas horas, eu não falo mais nem de próximos dias, mas de próximas horas, a gente não vai tá mais falando nem de 3 mil mortos, a gente pode tá falando de 4 mil. é uma situação que piora a cada semana?, relatou ao jornal.
Com informações do Jornal Nacional e DW Brasil
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