Governadores endossam manifesto sobre combate à pandemia no Brasil
por: Hylda Cavalcanti
Os governadores Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo; Camilo Santana (PT), do Ceará; Wellington Dias (PT) Fátima Bezerra (PT), do Piauí; Flavio Dino (PCdoB), do Maranhão, e ex-prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos, formalizaram apoio ao manifesto sobre o combate à pandemia do coronavírus no Brasil, intitulado "Pacto pela Vida?.
A formalização ao texto, que foi lançado na última semana, foi feita por meio de conversa promovida pela TV do Trabalhador (TVT), da Rede Brasil Atual. Realizado de forma virtual, o evento reuniu lideranças das seis entidades que assinaram o Pacto pela Vida e pelo Brasil. São elas Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão Arns, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Na carta, as entidades pedem mais vacina e "que o Ministério da Saúde cumpra o seu papel, sendo indutor eficaz das políticas de saúde em nível nacional, garantindo acesso rápido aos medicamentos e testes validados pela ciência, a rastreabilidade permanente do vírus e um mínimo de serenidade ao povo?. O documento também acusa a "ineficiência do Governo Federal, primeiro responsável pela tragédia que vivemos? e afirma que "governadores e prefeitos não podem assumir o papel de cúmplices no desprezo pela vida?.
"Governadores e prefeitos não podem assumir o papel de cúmplices no desprezo pela vida? ? texto do Pacto Pela Vida
No limite das forças
Para o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, a posição do Executivo Federal tem dificultado o trabalho dos governante municipais. Donizete qualificou o presidente Jair Bolsonaro como "um homem perdido?, diante da pandemia. "Um homem que não sabe a quem recorrer?.
"Fico constrangido de culpar o subordinado dele, o atual ministro da Saúde, porque quem tem feito todas essas atitudes é ele. Os prefeitos estão no limite da sua força: uns já morreram pela Covid e outros estão enfrentando críticas pelas restrições para combate à pandemia?, acentuou.
Por parte dos governadores os pronunciamentos também foram de manifestação sobre a necessidade de um trabalho em conjunto para minimizar os efeitos da pandemia e de apoio ao documento. Eles também pediram por mais ações e uma coordenação nacional de combate da doença.
"Estamos em um momento de colapso nacional. Não tem alternativa, há necessidade de medidas preventivas, do isolamento social, como diz a ciência. E ao mesmo tempo precisamos de mais vacinas. Outro eixo é o apoio à própria área da saúde. O governo enviou uma proposta com R$ 43 bilhões a menos para o orçamento da Saúde. Temos que ter essa coordenação central?, afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias.
Irresponsabilidade negacionista na pandemia
O governador do Espírito Santo Renato Casagrande destacou que considera como uma das grandes dificuldades na gestão da pandemia, "enfrentar a irresponsabilidade negacionista que produz Fake News sobre a doença e sobre assuntos da economia?.
"Quando nós governadores fazemos as restrições, o fazemos pela absoluta necessidade de combate à pandemia. Até porque não dá para negociar com a vida das pessoas. Agradeço às entidades por essas iniciativas. A voz dessas entidades é muito importante para nós nesse momento. A voz que elas têm pela história delas tem um grau de representatividade muito grande?, ressaltou também a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.
"Momento exige muita força e resiliência?
Já o governante do Ceará, Camilo Santana (PT-CE), afirmou que "o momento exige muita força e resiliência?. "É importante ecoar na sociedade brasileira a necessidade de sensatez e a importância de proteger os mais vulneráveis. A pandemia tem deixado cada vez mais evidente as desigualdades nesse país. É importante uma força nacional a médio e longo prazo para que a gente possa mudar o caminho. A história julgará aqueles que debocham ou negam a ciência?, frisou.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a destacar a proposta feita por um grupo de governadores para a criação de um Comitê Gestor Nacional. Ao mesmo tempo, Dino reforçou que não espera que o Ministério da Saúde crie esse comitê por considerar que "o problema é mais além?.
"Esse manifesto é um reforço da nossa posição. Nós somos os defensores da economia e do emprego. Porque só é possível defender a economia e os empregos cuidando da vida e da saúde. Estamos priorizando o que a carta propõe com exatidão?, acrescentou.
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