MPT investiga presidente da Fundação Palmares por denúncias de assédio moral
por: Igor Tarcízio
O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu uma investigação para apurar uma denúncia de assédio moral praticado pelo presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, contra servidores do órgão. Segundo o ofício, o MPT vai ouvir 10 servidores e ex-funcionários da fundação para saber detalhes sobre o suposto assédio moral.
Nos relatos entregues ao MPT consta que Sérgio Camargo "estaria praticando perseguição ideológica a trabalhadores da Fundação que tenham opiniões e posições políticas e ideológicas distintas das suas, caracterizando possível prática de assedio moral?.
Ainda de acordo com o MPT, a Fundação Palmares se recusou a enviar informações exigidas no inquérito, como contatos de servidores da pasta e detalhes sobre o funcionamento do canal interno para recebimento de denúncias. Para os promotores, a apuração é necessária porque os "fatos noticiados são graves? e violam, em tese, a Constituição Federal.
"Deduragem?
De acordo com os promotores, Camargo condicionou a permanência de servidores do órgão à deduragem de "esquerdistas? e chamou o movimento negro de "escória maldita?, que abriga "vagabundos?. As declarações foram feitas em reunião fechada, realizada em 30 de maio de 2020, cujo áudio foi divulgado pelo Estadão.
Na gravação, Camargo reclama do período em que ficou impedido de exercer a presidência da fundação, que é ligada à Secretaria Especial da Cultura, por causa de decisões judiciais.
"Esses filhos da puta da esquerda não admitem negros de direita. Vou colocar meta aqui para todos os diretores, cada um entregar um esquerdista. Quem não entregar esquerdista, vai sair. É o mínimo que vocês têm que fazer", ameaçou Camargo.
Camargo, que se define no Twitter como "negro de direita, antivitimista, inimigo do politicamente correto? é alvo de críticas por manifestações contra pautas antirracismo por boicotar, por exemplo, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Debandada
Na última quinta-feira (11), gestores da Fundação Palmares se demitiram coletivamente e apontaram, por meio de uma carta, ingerências de pessoas que não fazem parte do órgão nas decisões da presidência. A "debandada? tem como argumento de que não há "viabilidade de diálogo? com Sérgio Camargo. O documento já faz parte da investigação do MPT.
Com informações da Folha de S. Paulo
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