Em meio à crise com Pazuello, Bolsonaro é pressionado a entrar na fila de vacinação
por: Eduardo Pinheiro
Com o desgaste da imagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aumentando diante do agravamento da crise sanitária e em meio a rumores de uma nova troca de comando no ministério da Saúde, o governo iniciou a "operação vacina?. Segundo o jornal O Globo, auxiliares próximos aos mandatário tentam convencê-lo a entrar na fila da vacinação contra a Covid-19 para tomar a primeira dose quando chegar a vez do grupo de sua faixa etária.
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Na próxima semana, a capital federal deve iniciar a vacinação para a faixa etária de 73 e 72 anos. Porém, em razão da escassez do imunizante, ainda não há previsão para vacinar o público entre 60 e 69 anos. Bolsonaro completa 66 anos na próxima semana, dia 21 de março.
Público-alvo da atual etapa do cronograma, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, ainda não se pronunciou se vai vai aderir ao imunizante quando houver disponibilidade ou se irá aguardar. No Planalto, há a expectativa de que Heleno se imunize e puxe fila da vacinação no governo.
A estratégia é tentar emplacar o discurso de que Bolsonaro, apesar das críticas feitas desde o início da pandemia, sempre teria apoiado a imunização. O argumento utilizado para que a mudança no discurso não fique tão nítida seria a de que a nova cepa do vírus tem uma letalidade maior. A variante surgiu no país em meio ao colapso no sistema de saúde e como consequência do baixo índice de isolamento incentivado pelo próprio presidente.
Enquanto o mandatário muda o discurso aos poucos ? após meses negando que iria se vacinar por já se considerar "imune ao vírus? ?, seus auxiliares e aliados já iniciaram movimento nas redes sociais.
Bolsonaro e a mudança de discurso
Na sexta-feira, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de 64 anos, defendeu que "está pronto para a vacina?. A publicação foi acompanhada de uma peça de publicidade do governo que dizia "vacinar para o Brasil não parar?.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, também saiu em defesa do governo. Em sua publicação, Faria resgatou um texto do presidente, publicado em maio do ano passado, dizendo que o então ministro da Saúde, Nelson Teich, demitido uma semana depois, havia se antecipado nas conversas sobre a vacina "para garantir prioridade na aquisição do recurso?.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, publicou uma imagem do mascote Zé Gotinha com uma seringa em forma de metralhadora e escreveu: "nossa arma agora é a vacina?. A palavra "agora? gerou reação nas redes, ao indicar que antes esta poderia não ser a prioridade. Eduardo, então, deletou o post e publicou outro em seguida, com o lema "nossa arma é a vacina?.
Com informações do jornal O Globo
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