Exonerado da Secom, Wajngarten recusa cargos e deixa governo Bolsonaro
por: Eduardo Pinheiro e Nathalia Bignon
Nesta quinta-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro exonerou Fábio Wajngarten do cargo de Secretário Especial de Comunicação Social (Secom) do Ministério das Comunicações. A demissão foi oficializada em edição do Diário Oficial da União (DOU), junto com a nomeação de Flávio Augusto Viana Rocha para exercer o cargo interinamente. O almirante de esquadra já chefia, atualmente, a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Rocha será o terceiro nome a comandar a área de comunicação do governo. O primeiro chefe da Secom foi o publicitário Floriano Amorim, substituído por Wajngarten em abril de 2019.
A mudança busca colocar um fim aos desentendimentos dentro da área de comunicação do governo, especialmente entre Wajngarten e o ministro das Comunicações, Fábio Faria. Além disso, Rocha tem perfil conciliatório e um bom transito com outras áreas do governo, como a ala militar.
A troca já estava definida há duas semanas e apenas esperava o retorno de Wajngarten com a comitiva brasileira que esteve em Israel para ser oficializada, segundo reportagem do jornal O Globo. Antes de embarcar, o aliado do presidente já havia decidido não seguir no governo.
Wajngarten e o racha com o governo Bolsonaro
Ele recusou as opções de ocupar uma função na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e como assessor especial do Ministério do Meio Ambiente. Inicialmente, foi cogitado que ele pudesse assumir um cargo na Presidência da República em São Paulo, mas não avançou. A dificuldade de encontrar um posto para o secretário no governo também atrasou a substituição.
Mesmo fora da secretaria, Wajngarten não deve deixar o entorno de Bolsonaro, que gosta pessoalmente do empresário. Os dois se aproximaram durante a campanha de 2018, vendo o empresário como um homem capaz de abrir portas em emissoras de televisão para o então candidato.
Apesar da aparente tranquilidade e garantia de apoio ao deixar o cargo, a saída de Wajngarten reacendeu especulações sobre a forma como o ex-braço direito do presidente deixou o governo ou se isso ocorrerá sem ruídos. Em pouco mais de dois anos , não foram poucos os que deixaram o Planalto "atirando? contra o presidente e sua gestão.
Exemplos não faltam: desde o ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebianno, falecido em março de 2020, até o ex-ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, que na semana passada atribuiu Bolsonaro a responsabilidade pelo que chamou de desastre na condução do combate à pandemia de coronavirus no país. Em entrevista à plataforma plataforma Headline Brasil, divulgada no último dia 4 de março, o militar também afirmou que as Forças Armadas perdem com militarização do governo e diz que o presidente vive de fazer "show todo dia?.
Com informações do jornal O Globo
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