Instituto Pensar - Com UTIs lotadas, Pazuello diz que sistema de saúde ?não colapsou nem vai colapsar?

Com UTIs lotadas, Pazuello diz que sistema de saúde ?não colapsou nem vai colapsar?

por: Eduardo Pinheiro


(Brasília ? DF, 16/09/2020) Palavras do Ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Foto: Carolina Antunes/PR

Com 25 capitais brasileiras com taxas de ocupação das UTIs para Covid-19 iguais ou superiores a 80% ? e com 15 delas registrando uma taxa superior a 90% ?, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o sistema de saúde está "muito impactado, mas não colapsou nem vai colapsar?. A declaração foi veiculada em um vídeo gravado na quarta-feira (10), mesmo dia que o Brasil atingiu a marca inédita de 2.349 mortes pela Covid-19 em 24h.

Na contramão do alerta dado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na terça (9) e até pela imprensa internacional, que declarou o país ?um risco para o mundo?, Pazuello vem buscando minimizar a situação. No vídeo, o chefe da pasta admite que o Brasil vive um "momento grave?, mas cita as variantes da Covid-19 como a principal causa do problema, deixando de apontar outros fatores, como a queda na adesão ao isolamento social.

"Vivemos um momento grave no país, com muitas perdas de vidas que foram causadas principalmente pelas novas variantes do coronavírus. Nosso sistema está muito impactado, mas não colapsou nem vai colapsar?, afirma o ministro.

Em apelo à população, Pazuello pede que "cada brasileiro que cuide um do outro e siga as orientações básicas recomendadas e exigidas para proteção coletiva?, evitando utilizar a palavra isolamento ou máscara de proteção, duas medidas que sofreram críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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"Peço a cada brasileiro que cuide um do outro e siga as orientações básicas recomendadas e exigidas para proteção coletiva e nos ajude a cuidar do Brasil. É um momento que requer união nacional para que juntos possamos superá-lo.?

Pazuello e a previsão oscilante de vacinas

O ministro voltou a dar declarações contraditórias sobre o volume de vacinas previstas para o mês de março. Mais cedo, Pazuello havia dito em evento no Planalto ter garantidas de "22 a 25 milhões? de doses de vacinas para este mês. Já na gravação, ele disse que a previsão é que a pasta alcance 46 milhões de doses distribuídas até o fim de março, contando com os 20 milhões já entregues.

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A declaração contrasta também com a resposta dada pela pasta, a pedido feito pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre o cronograma de entrega de vacinas contra a Covid.

O cronograma da época previa a entrega, ainda neste mês, de 8 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, que já não é mais citada em documentos recentes da pasta, tampouco pelo ministro na gravação. Pazuello admitiu a dificuldade em cumprir as previsões. Segundo ele, "o mundo ainda não tem oferta regular de vacinas e vários laboratórios não estão cumprindo entregas?.

"Diante disso, cada país prioriza sua população. A dependência de insumos e vacinas leva-nos a manter ação diplomática de forma permanente que garanta cumprimento de nosso cronograma de produção e chegada de vacinas e insumos?, afirmou o ministro.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo





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