Gervásio Maia quer que Guedes detalhe gastos federais e retomada do auxílio na Câmara

Diante do agravamento da pandemia da Covid-19 e da crise econômica que assola o país, nesta quinta-feira (4), o deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB), integrante da Comissão Mista de Orçamento (CMO), apresentou requerimento para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, explique a parlamentares os gastos federais para 2021 e detalhe a retomada do auxílio emergencial.

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Dados divulgados esta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontaram que a pobreza extrema atinja, neste momento, cerca de 10% a 15% dos brasileiros. Isso significa que a proporção de pessoas vivendo na extrema pobreza no país dobrou em relação a 2019. A pesquisa aponta, ainda, que o fim do auxílio emergencial já levou 2 milhões de brasileiros para a pobreza apenas em janeiro de 2021.

O convite direcionado ao chefe da Economia também recebeu o apoio dos colegas socialistas Bira do Pindaré (PSB-MA), Felipe Carreras (PSB-PE) e Lídice da Mata (PSB-BA).

"Precisamos garantir orçamento para a área social, tão duramente atacada na pandemia. A presença do ministro da Economia é de fundamental importância para que possamos cobrar do governo investimentos em áreas fundamentais, a exemplo de saúde e educação?, ressaltou Gervásio.

O requerimento, que justifica o convite ao ministro, ressalta o impacto social causado pela pandemia e o fim do pagamento do benefício a milhões de brasileiros.

"As atenções se voltaram para o Estado como único agente capaz de dar o apoio necessário para atravessar a dupla crise [social e econômica]. Para que isso pudesse ser feito, as regras orçamentárias que valem para evitar o descontrole das despesas públicas foram modificadas. Deste modo, precisamos ouvir do Ministro da Economia uma proposta de solução para esse impasse orçamentário, sendo esta Comissão o palco ideal para o necessário debate sobre o tema?, finaliza o documento.

Impacto do fim do auxílio

O auxílio emergencial pago pelo governo durante a pandemia de Covid-19 acabou ajudando milhares de brasileiros a saírem de uma situação de extrema pobreza. No entanto, segundo levantamento da FGV, com o fim do pagamento do benefício, a situação está ainda pior do que antes.

De acordo com os números projetados pela instituição, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, cerca de 17,7 milhões de pessoas voltaram à pobreza, apesar da volta do Bolsa Família. Em agosto, a população pobre era cerca de 9,5 milhões: 4,52% do total de brasileiros, 210 milhões. Em fevereiro, passou para 27,2 milhões: 12,83%.

Em 2019, antes da pandemia, os dados consolidados apontavam para uma porcentagem de 10,97% dos brasileiros na extrema pobreza, ou seja, ganhando menos que R$ 246 por pessoa.

Ainda de acordo com a Fundação, só no estado de São Paulo, temos em fevereiro, em termos absolutos, 1,79 milhões de pobres e cerca de 394 mil novos pobres desde agosto 2020.

O convite endereçado a Paulo Guedes pode ser lido, na íntegra, no link abaixo.