Promotora de caso envolvendo Flávio Bolsonaro é madrinha de casamento da advogada do senador
por: Nathalia Bignon
A nova encarregada de investigar o caso envolvendo Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no inquérito que apura se o senador cometeu o crime de falsidade ideológica eleitoral é madrinha de casamento de Luciana Pires, a advogada do filho mais velho do presidente. A informação foi divulgada nesta terça-feira (2) pelo colunista da Época, Guilherme Amado.
Fotos obtidas pela coluna mostram a promotora Carmen Eliza no chá de lingerie promovido pela advogada do filho 01 do presidente, antes da festa casamento, em 2018. Carmen também participou do dia da noiva de Luciana, no Copacabana Palace, com direito à piscina do hotel. Antes de Luciana se tornar advogada de Flávio, as duas também costumavam postar fotos juntas.
Imparcialidade sob suspeita
Além da relação entre as duas, chama a atenção o fato da imparcialidade de Carmem já ter sido questionada em 2019, após a repercussão de posts nas redes sociais que a mostram apoiando a campanha do então candidato Jair Bolsonaro (sem partido).
Em outra foto, Carmen Eliza aparece abraçada com o deputado Rodrigo Amorim, do PSL do Rio, que quebrou uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco. Depois da repercussão a promotora Carmen Eliza pediu afastamento daquela investigação na época.
No mesmo ano, ela apareceu usando camiseta com o rosto de Jair Bolsonaro e a frase "Bolsonaro presidente? nas redes sociais. Em outra postagem, de 1º de janeiro, Carmen Eliza fotografou a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro e escreveu na legenda: "Há anos que não me sinto tão emocionada. Essa posse entra naquela lista de conquistas, como se fosse uma vitória?.
Flávio investigado
A Corregedoria-Geral do Ministério Público do Rio chegou a instaurar um procedimento para analisar as postagens de Carmen. Mas, segundo o MP, o procedimento foi arquivado por não ter ficado caracterizada a atividade político-partidária.
O inquérito envolvendo Flávio Bolsonaro apura se ele cometeu os crimes de falsidade ideológica eleitoral quando declarou seus bens na campanha para deputado estadual em 2014. A investigação começou com a denúncia de um advogado sobre os valores pagos e declarados por Flávio de um apartamento na Zona Sul do Rio.
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A Polícia Federal abriu inquérito e informou que não encontrou indícios de crime. O promotor responsável na Justiça Eleitoral chegou a pedir arquivamento. O juiz eleitoral responsável pelo inquérito, Flávio Itabaiana, discordou, e o caso foi para análise da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, em Brasília.
"Concurso interno?
A nomeação de Carmen Eliza para comandar o caso de Flávio se deu por ordem do novo procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos.
O Ministério Público informou ainda que Carmen Eliza foi nomeada para a promotoria que acompanha o caso de Flávio Bolsonaro porque passou em um concurso interno e uma vez obedecidos os critérios objetivos, o procurador-geral não pode impedi-la de assumir.
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