Com queda da popularidade, Bolsonaro admite retorno do auxílio emergencial
por: Iara Vidal
Diante da quarta queda sucessiva dos índices de popularidade, que bateu em 42%, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu a possibilidade de retorno do auxílio emergencial para famílias afetadas pela pandemia do coronavírus. O anúncio foi feito durante entrevista para a TV Bandeirantes na noite desta segunda-feira (8).
O chefe do Executivo frisou que o número de pessoas beneficiadas será menor do que em relação ao ano passado. Sem explicar, no entanto, qual critério será adotado para estabelecer uma linha de corte.
"Eu acho que vai ter. Vai ter uma prorrogação. Foram cinco meses de R$ 600 e quatro meses de R$ 300. O endividamento chegou na casa dos R$ 300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal?.
Jair Bolsonaro
2 milhões entregues à própria sorte
O fim do auxílio emergencial em dezembro levou mais de 2 milhões de brasileiros a entrar na linha da pobreza em janeiro. Ao todo, 13% da população do país, ou 26 milhões de pessoas, têm sobrevivido com uma renda per capita de apenas R$ 250 mensais.
Mesmo diante de uma calamidade, a principal preocupação de Bolsonaro é satisfazer o mercado. Ele destacou que caso a prorrogação não leve em conta a responsabilidade fiscal, o preço do dólar pode chegar a R$ 6.
"Temos um cuidado muito grande com o mercado, com os investidores e com os contratos, que devem ser respeitados. Nós não podemos quebrar nada disso. Caso contrário, não teremos como garantir que realmente o Brasil será diferente lá na frente.?
Jair Bolsonaro
No domingo (7), a Folha de S.Paulo noticiou que o governo prepara uma proposta que libera três parcelas de R$ 200, com foco nos trabalhadores informais não atendidos pelo Bolsa Família. A ideia é também estabelecer novas exigências para o recebimento do benefício.
Auxílio deve passar a ser chamado de BIP
O novo auxílio emergencial deverá ser chamado de BIP (Bônus de Inclusão Produtiva). Para receber a assistência, a pessoa terá de participar de um curso para qualificação profissional.
O plano também prevê que o benefício seja associado à Carteira Verde e Amarela, programa que deve ser relançado pelo governo para reduzir encargos trabalhistas e estimular a formalização de pessoas de baixa renda.
PSB reage ao populismo presidencial
A bancada socialista no Congresso Nacional reagiu ao anúncio do retorno da assistência para famílias afetadas pela pandemia.
Os deputados federais Gervásio Maia (PSB-PB) e Alessandro Molon (PSB-RJ) denunciaram o aumento do número de pessoas em situação de pobreza e cobraram o valor de R$ 600 pelo auxílio emergencial.
Além do retorno do auxílio emergencial de R$ 600, a socialista Lídice da Mata (PSB-BA) também exigiu a vacinação em massa.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) cobrou o retorno da assistência às famílias afetadas pela pandemia e ressaltou que o governo tem usado recursos para aquisição de itens como cerveja, picanha e carvão.
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