Biden recebe dossiê recomendando o fim de parcerias com Bolsonaro
por: Eduardo Pinheiro
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e membros do alto escalão do novo governo receberam esta semana um dossiê que pede o fim de qualquer relação política com o Brasil enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência, segundo reportagem da BBC News Brasil.
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A iniciativa da U.S. Network for Democracy in Brazil têm o endosso de mais de 100 acadêmicos de universidades como Harvard, Brown e Columbia, além de organizações como a Friends of the Earth, nos EUA, e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), no Brasil. O documento também foi revisado pela deputada Susan Wild, do comitê de Relações Internacionais, e Raul Grijalva, presidente do comitê de Recursos Naturais.
Política de Biden
De acordo com a BBC News Brasil, o material chegou ao núcleo do governo Biden por meio de Juan Gonzalez, recém-nomeado pelo próprio presidente americano como diretor-sênior para o hemisfério ocidental do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Recentemente, Gonzalez reforçou que os direitos humanos, ambientas e democráticos são essenciais para manter qualquer relação com os EUA após a vitória de Biden.
"Qualquer pessoa, no Brasil ou em outro lugar, que achar que pode promover um relacionamento ambicioso com os EUA enquanto ignora questões importantes como mudança climática, democracia e direitos humanos, claramente não tem ouvido Joe Biden durante a campanha?, disse Gonzalez recentemente.
Relação com Trump e meio ambiente
O documento afirma que a aliança entre Donald Trump e seu par brasileiro teria colocado em xeque o papel de "Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia?.
"A relação especialmente próxima entre os dois presidentes foi um fator central na legitimação de Bolsonaro e suas tendências autoritárias?, diz o texto, que recomenda que Biden restrinja importações de madeira, soja e carne do Brasil, "a menos que se possa confirmar que as importações não estão vinculadas ao desmatamento ou abusos dos direitos humanos?, por meio de ordem executiva ou via Congresso.
O texto reforça o que Biden e sua vice, Kamala Harris, além de ministros e diretores de diferentes áreas do novo governo, já criticaram abertamente. "O governo Biden-Harris não deve de forma nenhuma buscar um acordo de livre-comércio com o Brasil?, frisa o dossiê.
Outros pontos também foram destacados, como os direitos indígenas; economia política; base de Alcântara e apoio militar dos EUA; direitos humanos; violência policial; saúde pública; coronavírus; liberdade religiosa e trabalho.
"Os EUA têm obrigação moral e interesse prático em se opor a uma série de iniciativas da atual presidência do Brasil?, diz o texto. "A recente ?relação especial? entre os dois países por meio da ampliação de relações comerciais e ajuda militar possibilitou violações dos direitos humanos e ambientais e protegeu Bolsonaro de consequências internacionais.?
Com informações da BBC News Brasil
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