Indicada para CCJ, Bia Kicis defende intervenção militar
por: Eduardo Pinheiro
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), mostrou mais uma vez como sua eleição irá favorecer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados. Nesta terça-feira (2), a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) anunciou que será a nova presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara.
"É uma grande honra para mim e muita responsabilidade, para a qual meus 24 anos como procuradora, um ano como primeira vice-presidente da CCJ e meu amor pelo Brasil me habilitam, com fé em Deus!?, escreveu a deputada em resposta a uma seguidora.
Cabe à CCJ debater aspectos legais e regimentais de projetos ou emendas a serem apreciados pela Câmara ou outras comissões. A comissão é vista como a joia do processo legislativo, já que todos os projetos precisam receber parecer favorável ou não dela.
O objetivo dela é averiguar se aquele texto está dentro das diretrizes da Constituição de 1988. Por isso, ao contrário das outras comissões, a CCJ tem poder de vetar a tramitação de um projeto em específico.
Investigações
A substituta do deputado Felipe Francischini (PSL-PR) tem uma trajetória marcada por falas e atos antidemocráticos, além de ser uma das investigadas no inquérito das fake news, que apura a participação de pessoas e organizações na produção e disseminação em massa de notícias falsas sobre membros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Kicis ainda prestou depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito de outro inquérito aberto no STF, este para apurar o financiamento de atos antidemocráticos. A investigação foi aberta em abril do ano passado, após manifestações em Brasília pedirem o fechamento do Congresso e do Supremo.
Intervenção militar
Em maio de 2020, durante discurso na Câmara, Kicis defendeu intervenção militar constitucional em caso de não deixarem o atual chefe do Palácio do Planalto governar. A parlamentar ainda queixou de "verdadeira engenharia do pânico? durante a pandemia de Covid-19, reclamou de "sensacionalismo? e de inflação do número de óbitos pela doença
Segundo a deputada, o poder Judiciário não é digno de "supremacia? e as Forças Armadas são a última instância da aplicação da lei.
Antivacina
Em dezembro, sem apresentar qualquer pesquisa científica, a deputada escreveu que as vacinas contra a Covid-19 "podem afetar o DNA?.
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Aliados de Lira protestam
Com tantas polêmicas envolvendo Kicis, até deputados que apoiaram a eleição de Lira disseram à CNN, em caráter reservado, que a indicação de Kicis não será aceita facilmente. O maior temor é de que a bolsonarista transforme a CCJ em palanque para pautas consideradas polêmicas.
De acordo com relatos, caso a indicação se confirme, será dado início a um movimento para que a eleição da deputada não seja confirmada pelo colegiado. Isso porque o ato do presidente da Câmara precisa ser referendado pela comissão.
Com informações do UOL e da CNN
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