Instituto Pensar - Investidores estrangeiros criticam ação do governo na proteção da Amazônia

Investidores estrangeiros criticam ação do governo na proteção da Amazônia

por: Igor Tarcízio 


O vice-presidente, Hamilton Mourão (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

Em reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, investidores estrangeiros disseram que o trabalho ambiental feito pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) ainda é insatisfatório e que continuarão a monitorar as medidas que são prometidas para a região amazônica para avaliar a exposição a riscos financeiros decorrentes do desmatamento.

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O encontro virtual, realizado na última sexta (29), ocorreu dias depois de Mourão ter defendido no Fórum Mundial de Davos a ajuda da iniciativa privada no processo e criticado a falta de financiamento internacional para atividades sustentáveis no país.

"Gostaríamos de continuar apoiando o crescimento econômico brasileiro, mas a tendência de aumento do desmatamento no Brasil torna cada vez mais difícil para empresas e investidores atenderem às suas ambições ambientais, sociais e de governança?, disse o presidente da gestora de ativos Storebrand, Jan Erik Saugestad, após o encontro. "Para nós, como investidores, é importante entender os impactos e dependências do negócio e traduzi-los em riscos.? 

O grupo atua para tentar conter o desmatamento em países em que tem investimentos e é formado por 55 instituições financeiras que administraram aproximadamente US$ 7 trilhões em ativos.

deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) alertou para a importância de uma agenda sustentável após a negligência com a fauna brasileira. "Um grupo de investidores que controla US$ 7 trilhões, valor cinco vezes maior que o PIB brasileiro, manifestou sua preocupação com o desmatamento no país. O descaso com o meio ambiente afeta nosso futuro e nossa economia. A agenda sustentável não pode ficar em segundo plano?, escreveu no Twitter.

Combate ao desmatamento

Segundo relato de Saugestad, o vice-presidente afirmou que o esforço de combate ao desmatamento foi bem-sucedido, com redução de 17% no segundo semestre de 2020. "Isso é muito positivo e esperamos que a tendência continue. Embora o índice tenha sido reduzido em relação aos níveis do segundo semestre de 2019, se comparado a outros anos, ainda está muito alto e ainda está muito longe da meta de 2020 fixada na lei climática brasileira", disse o norueguês.

Para o executivo, é positivo o compromisso de Mourão com o combate ao desmatamento ilegal e o fim das operações militares em curso na Amazônia, com o papel devendo ser passado para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em abril. 

Ele salientou, porém, desconfianças sobre se os recursos e o poder destinado ao órgão para agir serão suficientes para entregar resultados.

"Tínhamos grandes esperanças em relação à ?proibição de incêndios? instituída pelo governo brasileiro em julho. No entanto, os dados sugerem que a tarefa não foi bem-sucedida?, comentou, citando dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que revelam que tanto o número de incêndios quanto a área queimada na Amazônia e no Pantanal foram mais elevados em 2020 do que no ano anterior. Isso, de acordo com ele, indica "problemas significativos relacionados à aplicação da proibição?.

Com informações do Estadão



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