Instituto Pensar - Lira não poderá ser ?submisso? a Bolsonaro, dizem ex-presidentes da Casa

Lira não poderá ser ?submisso? a Bolsonaro, dizem ex-presidentes da Casa

por: Eduardo Pinheiro 


Arthur Lira, que aparece na foto com Bolsonaro, foi eleito presidente da Câmara. (Sérgio Lima/Poder360)

Em meio a denúncias de compras de votos pelo Planalto e recorde de repasses de emendas parlamentares, Arthur Lira (PP-AL) se tornou o novo presidente da Câmara com 302 votos e irá comandar a Casa até fevereiro de 2023.

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Em entrevista à BBC News Brasil, ex-presidentes da Casa destacaaram, no entanto, que a dinâmica da instituição e os compromissos firmados por Lira com os demais deputados durante a eleição o obrigarão a manter alguma independência em relação ao Palácio do Planalto.

Segundo Aldo Rebelo, que comandou a Casa de 2005 até 2007, tanto Baleia Rossi quanto Arthur Lira teriam de fazer concessões na presidência da Câmara.

"Para o governo, com certeza é mais confortável ter um presidente com quem ele possa dialogar, de quem ele seja aliado. Agora, isso não resolve totalmente o problema do governo?, diz ele, que era filiado ao PCdoB quando presidiu a Câmara. Hoje, Rebelo integra o Solidariedade.

"Não vejo assim como sendo o que vai salvar o governo de Bolsonaro a vitória de Arthur Lira; ou o que iria arruinar o governo dele a vitória do Baleia (Rossi). Nem uma coisa nem outra.?, diz ele.

O ex-deputado Marco Maia (PT-RS), que presidiu de 2010 até 2013, afirmou que tanto Baleia Rossi quanto Arthur Lira seguem a mesma cartilha econômica defendida pelo governo e capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

"O grande debate é que o próximo presidente precisará ser alguém equilibrado, para colocar um freio nos arroubos autoritários de Jair Bolsonaro?, disse.

"Toda vez que um presidente da Câmara produziu desequilíbrio, o que a gente viu foram crises, golpes, situações de enfraquecimento da política?, disse o ex-deputado gaúcho.

Economia

Segundo o cientista político e consultor Leonardo Barreto, a ascensão de Arthur Lira, na Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado, abre uma "janela de oportunidade? para Bolsonaro fazer avançar sua agenda legislativa.

"É uma janela que vai ser aproveitada principalmente com medidas econômicas. O mercado, os atores econômicos, vão olhar para Bolsonaro e dizer: ?tá na hora de você entregar a agenda que prometeu em 2018?. As desculpas acabaram, são dois presidentes (da Câmara e do Senado) que querem votar estas pautas?, diz Barreto, que é doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB)

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