?Afastar Bolsonaro é salvar vidas?, afirma líder do PSB
por: Nathalia Bignon e Igor Tarcízio
"Afastar Bolsonaro é salvar vidas?. Foi assim que líder do PSB na Câmara, deputado Alessando Molon (RJ) resumiu a urgência de pautar um novo processo de impeachment contra o presidente do país, durante o ato que marcou a apresentação do 64º pedido de afastamento contra Jair Bolsonaro (sem partido).
Molon recordou que apesar da resistência da Casa em levar adiante um dos processos, a manutenção se mostrou mais cara ao país do que enfrentar qualquer rito de impeachment.
"Ainda no começo do ano passado os nossos partidos pediram o impeachment de Boslonaro antevendo que permitir que ele permanecesse no cargo ao país, custaria muito mais ao país do que enfrentar um difícil processo de impeachment. Que nós sabemos que não é um processo simples, rápido ou sem custos para o país. Mas como nós vimos, custou muito mais caro deixar Bolsonaro na Presidência. São quase 220 mil mortos, um atraso imperdoável na distribuição de vacinas, a sabotagem às verdadeiras medidas preventivas ? como o uso das máscaras, como evitar aglomerações ? e a todo momento, até mesmo a prescrição de remédios que comprovadamente não funcionam, ao contrário, aumentam o risco de vida para pacientes que os usem indevidamente. Ou seja, é um governo da morte?, declarou.
CPI do Coronavírus e apoio a Rossi
Ao lado de outras lideranças partidárias e presidentes de partidos, o socialista também defendeu a imediata instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as possíveis negligências do mandatário e do atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em conter a pandemia da Covid-19.
Para Molon, outra ação urgente a ser definida por deputadas será o controle da Câmara, que será definido na próxima segunda-feira (1º). De acordo com o deputado socialista, as medidas contra Bolsonaro só poderão prosperar com a derrota de Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto.
"É fundamental que Bolsonaro não ganhe o controle da Câmara. Hoje mesmo, o candidato de Bolsonaro sinalizou que resistirá a instalar Comissões Parlamentares de Inquérito como esta que estamos pedindo. Não temos também nenhuma dúvida de que os processos não serão apreciados, por lealdade ao governo, por mais que isso signifique virar as custas para o país e para a vida dos brasileiro. Por isso, nos move também a luta pela unidade na eleição de Baleia Rossi presidente da Câmara dos Deputados?, defendeu.
Separação dos Poderes e garantia da democracia
Ele também recordou que, "com a preocupação de garantir condições para que essa CPI avance e para que o impeachment de Bolsonaro seja decidido pela Câmara?, partidos se uniram de forma inédita no Legislativo.
"Essa disputa de segunda-feira é uma disputa pela vida dos brasileiros. Por isso, todo nosso empenho, mesmo apoiando um candidato, que em termos econômicos, por exemplo, pensa tão diferente de todos nós. Estamos fazendo esse gesto em defesa da democracia e da vida dos brasileiros. E vamos trabalhar até o último minuto para vencer essas eleições e não permitir que Bolsonaro faça da Câmara dos Deputados uma extensão do seu palácio, como hoje mesmo ele admitiu que quer interferir na presidência da Câmara, desrespeitando o que há de mais sagrado nas democracias e nas Constituições, que é a separação de poderes. Ele quer acabar com isso. Nós vamos trabalhar derrotá-lo nessa tentativa que ameaça a Constituição, a república e a nossa democracia?, garantiu.
64º pedido de impeachment
O documento de pedido de impedimento, apresentado pelos parlamentares, reúne os atos criminosos e omissões cometidos pelo chefe do Executivo, com ênfase na gestão catastrófica da crise sanitária e econômica causada pela pandemia da Covid-19. Os pontos levantados foram:
- Não garantir o direito básico à saúde, com a falta de articulação com os estados no planejamento de compras da vacinas contra o coronavírus;
- Compra e divulgação de medicamentos, sem nenhuma comprovação científica de eficácia, no tratamento precoce da doença;
- Interferir nos esforços estatais da compra de imunizantes contra a Covid-19;
- Travar guerra ideológica contra a China, dificultando a obtenção de matéria-prima para a produção de vacinas no País;
- Incentivou a população a reagir armada contra prefeitos e governadores que decretassem o fechamento de serviços não essenciais para o enfrentamento da pandemia;
- Negligência na administração das verbas públicas federais;
- Omissão na crise de Manaus;
- Usou do cargo para impedir a compra de vacinas por motivo fútil, de divergência ideológica;
- Deixou de apresentar um plano sensato para combater o contágio e refutou qualquer tentativa do Congresso de tomar iniciativas nesse sentido;
A íntegra do pedido pode ser lida no link abaixo.
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