Instituto Pensar - Sem apoio federal, governadores negociam vacina russa

Sem apoio federal, governadores negociam vacina russa

por: Eduardo Pinheiro 


Estados negociam compra da vacina russa Sputnik V após atrasos no Plano Nacional de Imunização. Foto: Reprodução

Após inúmeras falhas do governo federal no combate à pandemia da Covid-19 e na aquisição da vacina, governadores de 15 estados brasileiros tentam firmar contratos com laboratórios por fora do Plano Nacional de Imunização (PNI), segundo reportagem do jornal O Globo. A busca abrange inclusive produtos que encontram dificuldade em serem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a Sputnik V.

Entre os gestores que apostam na vacina russa está o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que afirmou que seu estado vai conversar com laboratórios sobre a possibilidade de fazer compras diretas, mas que a prioridade das autoridades capixabas será esperar a distribuição a ser feita pelo governo federal.

Já o governador do Paraná destacou que firmou um acordo ainda em agosto do ano passado com o Fundo Soberano da Federação da Rússia para realizar no país os estudos de fase 3 da Sputnik V. A aliança ainda não saiu do papel, mas Ratinho Jr. (PSD) apontou que, "caso haja necessidade?, investirá R$ 200 milhões para "fazer a compra direta de imunizantes?.

Preocupado com o fluxo da liberação de vacinas para os estados, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também assinou um ofício manifestando interesse na compra da Sputnik V. "Com a estrutura e a condição de produzir rapidamente o volume de doses e de ter acesso aos (insumos) enviados pela Rússia, nós temos interesse em acessar e, se for o caso, fazer a aquisição diretamente?, explicou.

Mobilização pela vacina no Nordeste

Segundo o presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, Piauí e Rio Grande do Norte também já mostraram interesse em comprar diretamente lotes da Sputnik V. Outro interlocutor é o governador da Bahia, Rui Costa (PT).

"O Brasil se comporta como se o mundo inteiro estivesse se ajoelhando para vender vacina para nós. Os países não têm vacina para si próprios, muito menos para ficar atendendo a caprichos burocráticos das instituições brasileiras?, afirmou Costa.

Aprovação da Anvisa

A Sputnik V ainda não teve uso emergencial aprovado pela Anvisa por não apresentar todos os documentos necessários, segundo a agência. Outra falha seria a falta de estudos de fase 3 no país. O produto foi aprovado na Argentina e na Hungria sem esta exigência.

O governo da Bahia pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma autorização para os estados importarem e distribuírem a vacina sem registro na Anvisa. O ministro Ricardo Lewandowski, então, determinou que a empresa preste esclarecimentos em cinco dias sobre sua capacidade de produzir o imunizante no país ou de importá-lo da Rússia.

Com informações do jornal O Globo



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