Sem Bolsonaro, Fórum de Davos discutirá Amazônia e Covid-19
por: Eduardo Pinheiro
Começou nesta segunda-feira (25) a primeira edição online do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, tendo como foco central o impacto do coronavírus na economia mundial. Na programação, a maior autoridade brasileira prevista é o vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal.
Ao longo da semana, também participarão os ministros Paulo Guedes, da Economia; Tereza Cristina, da Agricultura; e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. Considerado adversário político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador de São Paulo, João Doria, também estará no Fórum.
Esse é o segundo ano que Bolsonaro desiste de participar do Fórum. Em janeiro de 2020, o presidente cancelou a ida ao evento, em razão de "uma série de aspectos?, entre eles a segurança e a política.
Pouco tempo antes, as tensões entre Estados Unidos e Irã se acirraram após os americanos matarem o poderoso general iraniano Qassem Suleimani. À época, o governo brasileiro negou relação entre o cancelamento e o episódio internacional.
Fórum Davos e os desafios globais
Com a economia global atravessando a pior crise de que se tem registro, incluindo a escalada do desemprego e da desigualdade, os tópicos que permeiam os debates do Fórum cobrem assuntos como sistemas econômicos e sociais mais justos e discussões sobre os desafios para a vacinação da população contra a Covid-19.
O crescimento econômico precisa ser "mais resiliente, mais inclusivo e mais sustentável?, disse o fundador do Fórum, Klaus Schwab, em uma entrevista coletiva.
Bolsonaro em fuga
Bolsonaro foge da chamada Agenda Davos 2021 no momento que tem sido alvo de críticas de organismos internacionais pela atuação do governo brasileiro no combate à pandemia do novo coronavírus e também por sua política ambiental.
Neste mês, com o colapso do sistema de saúde em Manaus devido à falta de oxigênio para pacientes com a doença e outros, a gestão da crise entrou na mira da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No esforço para encontrar rumos para restabelecer o crescimento econômico global, a pauta dos líderes, empresários e especialistas passa por discutir ainda indústria 4.0, mecanismos ligados a mudanças climáticas, promoção da equidade de gênero no centro da retomada, facilitação do empreendedorismo social, construção de sistemas de saúde resilientes a períodos de crise e outros.
Debate sobre a Amazônia
Um dos painéis tem como protagonista o Brasil e discutirá o financiamento da transição da Amazônia para uma bioeconomia sustentável. O debate está marcado para quarta-feira (27) e terá, além da presença de Mourão, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano; Candido Bracher, à frente do Itaú Unibanco, e Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.
Eles estarão acompanhados de nomes como o presidente colombiano Ivan Duque e Nicole Schwab, colíder de Soluções de base natural do Fórum Econômico Mundial.
Também na quarta e no mesmo horário do painel sobre a bioeconomia da Amazônia, a ministra Tereza Cristina estará em outro sobre como destravar a inovação para transformar sistemas de produção de alimentos.
Antes disso, na terça-feira (26), Doria integrará um painel do Fórum que discute o futuro das cidades no pós-Covid. E o ministro Ernesto Araújo entra na discussão sobre as novas bases da geopolítica mundial, focada em apontar caminhos para a coordenação internacional e formas de usar negócios para ajudar a acelerar esforços colaborativos entre as nações.
Presidente chinês adverte sobre ?nova Guerra Fria?
Um dos primeiros a se pronunciar nesta segunda, o presidente chinês, Xi Jinping, alertou que uma "nova Guerra Fria? está sendo travada virtualmente, e pediu unidade global em face da pandemia do coronavírus.
Leia também: China pede demissão de Ernesto Araújo para liberar vacinas
Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Xi se apresentou como um defensor do multilateralismo e da globalização, como fizera neste mesmo fórum há quatro anos, pouco antes de Donald Trump chegar ao poder.
"Construir clãs ou iniciar uma nova guerra fria, rejeitar, ameaçar ou intimidar os outros, impor a dissociação, interromper cadeias de abastecimento ou impor sanções a fim de causar isolamento só vai empurrar o mundo para a divisão e até para o confronto?, alertou Xi Jinping.
Com informações do jornal O Globo, Istoé e Estado de Minas
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