Maia vai votar MP que prorroga auxílio emergencial após crítica de Bolsonaro
por: Nathalia Bignon
Em ?queda de braço? para eleger o candidato do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), para o comando da Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na tradicional live desta quinta-feira (17) que a culpa pelo não pagamento do 13º do Bolsa Família em 2020 é do atual presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ao seu séquito de seguidores, Bolsonaro acusou Maia de deixar caducar a medida provisória que tratava do tema.
"Não teve 13º porque o presidente da Câmara deixou a medida provisória caducar. Vai cobrar o presidente da Câmara?, incentivou o ex-capitão do Exército.
O presidente, no entanto, sonegou a informação de que a MP 898, de 2019, que previa o pagamento do benefício estava previsto apenas para o ano passado. O relator da matéria no Congresso, o líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), inclusive, chegou a propor modificações, tornando fixo o recurso. A aprovação, no entanto, esbarrou na própria base do governo no Parlamento, que se posicionou contra a obrigatoriedade do benefício.
Retaliação de Maia
Em retaliação, Maia anunciou que colocará em votação nesta sexta-feira (18) a votação da MP 1000/2020, que prorroga o auxílio emergencial até dezembro de 2020. O presidente da Casa afirmou também que pretende incluir o pagamento do 13º do Bolsa Família deste ano.
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Ao jornal Estadão, Maia afirmou que também quer que a pauta sobre a extensão do auxílio chegue ao Senado Federal já na próxima segunda-feira (21). Paralelamente, a oposição trabalha o apoio ao destaque que pretende restabelecer o valor de R$ 600 para o benefício, como nos primeiros meses da crise sanitária.
Expectativa de esquerda unificada
A oposição formada pelo PSB, PDT e PCdoB planeja anunciar, na tarde desta sexta-feira (18), o apoio formal ao bloco liderado pelo presidente da Câmara durante as eleições que serão realizadas em fevereiro de 2021.
O bloco favorável ao candidato de Maia ainda é formado por DEM, MDB, PSL, PSDB, Cidadania e PV, que conta, atualmente, com 158 deputados. Após reunião na noite da última quarta, PT, anunciou que não apoiaria o candidato bolsonarista, mas ainda não formalizou apoio a Maia.
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PSB, PDT, PCdoB e PT, juntos, possuem 122 deputados. Se formalizarem a adesão ao bloco do "centro democrático? ? como se classificam ? somaria 280 parlamentares, número que supera os 257 votos favoráveis necessários para assumir o posto mais elevado da Câmara.
O bloco de Maia ainda não anunciou quem será o candidato à presidência da Câmara. No entanto, entre os nomes mais cotados estão o de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e de Baleia Rossi (MDB-SP).
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