Para 42% dos brasileiros, condução da pandemia por Bolsonaro é ruim ou péssima
por: Nathalia Bignon
Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo neste domingo (13) aponta que a maioria dos brasileiros isenta o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da culpa pelo mais de 181 mil mortos pelo coronavírus já registrados no Brasil. De acordo com o levantamento, para 52% dos entrevistados Bolsonaro não tem nenhuma culpa pelo número de vítimas e não podem ser colocadas na conta do presidente.
Outros 38% disseram crer que o presidente é um dos culpados, mas não o principal, e 8% afirmaram que ele é o principal culpado pelas mortes.
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Em diversas ocasiões o presidente da República menosprezou a gravidade da pandemia da Covid-19, que já matou mais de 1,6 milhão de pessoas em todo o mundo. A declaração mais famosa foi de que a doença seria apenas uma "gripezinha?, mas Bolsonaro acumulou outras pérolas, ao dizer, por exemplo, "e daí?? ou "eu não sou coveiro?, ao ser questionado sobre número de mortes.
Mais recentemente, chegou a dizer que o Brasil deveria "deixar de ser um país de maricas? e, apesar da nova alta de número de casos, disse que "estamos vivendo um finalzinho de pandemia?. Mesmo assim, cresceu a parcela da população que isenta o presidente: eram 47% os que diziam que ele não tinha culpa nenhuma em pesquisa feita pelo Datafolha em agosto.
Avaliação do Bolsonaro em queda
Embora a maioria da população isente Bolsonaro da responsabilidade pelas mortes, isso não quer dizer que o desempenho do chefe do Executivo é bem avaliado pela população brasileira. Dos entrevistados, 42% avaliam como ruim ou péssima a atuação de Bolsonaro em relação à pandemia. Já 27% veem as ações do presidente como regulares, e 30% avaliam como ótimas ou boas.
Mulheres tendem a avaliar o desempenho do presidente na pandemia pior do que homens: 47% delas consideram ruim ou péssimo, contra 35% deles, e há diferença grande entre mais ricos (55% avaliam mal) e escolarizados (57%), além de quem vive nas grandes cidades (onde 49% avaliam mal as ações do presidente, contra 36% no interior).
A maior parte dos entrevistados (53%) disse acreditar que o Brasil não fez o que era preciso para evitar as mais de 181 mil mortes pela Covid-19, enquanto se dividem igualmente o restante que pensa que nada que o país fizesse evitaria esse número (22%) e os que pensam que o Brasil tomou as atitudes necessárias para evitá-lo (22%).
Popularidade do ministério Saúde
A pesquisa mostra também que está em baixa a avaliação do desempenho do Ministério da Saúde na condução da pandemia.
Hoje, 35% consideram o desempenho da pasta como ótimo ou bom. Esse número chegou a 76% em 3 de abril, quando o ministério era chefiado por Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), médico e deputado federal que se contrapunha ao presidente ao defender medidas de distanciamento social e concedia entrevistas diariamente para divulgar dados e ações do governo.
Após uma série de atritos com Bolsonaro, que negava a gravidade da doença e que fez aparições públicas que provocavam aglomerações, Mandetta foi demitido em 16 de abril. Após a passagem relâmpago do médico Nelson Teich, o general Eduardo Pazuello assumiu o comando do ministério.
Governadores à frente do presidente
O Datafolha mostra ainda que a avaliação que a população faz da atuação dos governadores é melhor que a do presidente ? 41% dos entrevistados considera o desempenho frente a pandemia como bom ou ótimo, e 30% considera ruim ou péssimo.
É no Sudeste onde a população avalia pior o governante ?35% considera o desempenho do mandatário estadual durante a pandemia ótimo ou bom, enquanto 36% o considera ruim ou péssimo, e 29% diz ser regular. Já na região Sul, 52% consideram o desempenho do governador bom ou ótimo, enquanto apenas 19% o avaliam mal.
Por fim, o Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre como veem o desempenho dos prefeitos de suas cidades na condução da pandemia: aprovados por 42% e reprovados por 30%.
A pesquisa Datafolha foi feita entre 8 e 10 de dezembro com 2.016 brasileiros adultos em todas as regiões e estados do país, por telefone, com ligações para aparelhos celulares (usados por 90% da população). A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Com informações da Folha de S.Paulo
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